Nomeado durante o governo do presidente Alberto Fernández, o atual embaixador da Argentina em Brasília, Daniel Scioli, deverá permanecer no cargo nos primeiros meses da gestão de Javier Milei, que tomará posse no dia 10 de dezembro.
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Vice-presidente de Néstor Kirchner (2003–2007), ex-governador da província de Buenos Aires e candidato peronista à presidência em 2015, Scioli é visto como um importante elo entre os países, tendo desenvolvido bom trânsito com as autoridades brasileiras durante os mandatos de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.
No último domingo (26), o embaixador recebeu a futura ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, que desembarcou em Brasília para reunião com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira. Na ocasião, Mondino entregou uma carta de Milei a Lula e o convite para que o presidente brasileiro compareça à posse em Buenos Aires.
Em declarações à imprensa argentina, Mondino disse que “há muito boa pré-disposição” para a permanência de Scioli no posto, devido à sua “excelente relação com o Brasil. A vontade é que Scioli continue e essa também é a opinião do Brasil, embora isso vá depender do Congresso”, declarou a futura ministra, citada pelo jornal La Nación.
FORO INDUSTRIAL DEL MERCOSUR
— Daniel Scioli ?? (@danielscioli) November 27, 2023
Luego de la visita a Itamaraty de la futura canciller argentina @DianaMondino, participamos en Brasilia de la cumbre empresarial del Mercosur junto con el presidente de la @UIAok, Daniel Funes de Rioja, y el Comité Ejecutivo de la entidad.
Se está… pic.twitter.com/PRvkKtkKUq
Também ao La Nación, o embaixador afirmou que está “à disposição, procurando ajudar. Não é uma questão de estar em uma embaixada só por estar, é preciso haver uma missão, um propósito, algo que inspire. Se eu puder ser um fator de ajuda, é claro que ajudarei onde for necessário”.
A aproximação entre Daniel Scioli e o grupo de Milei gerou, contudo, a reação adversa do presidente Alberto Fernández, que deixará o cargo em 12 dias. “Para qualquer um que trabalhou com o nosso governo, tem de ser objetivamente impossível trabalhar com Milei, porque pensamos muito diferente”, avaliou Fernández, citado pelo jornal Clarín.
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