Árabes e descendentes são barrados na entrada da Argentina

Eles relatam dificuldades para cruzar a fronteira de Puerto Iguazú.

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Árabes e descendentes estão tendo dificuldades para cruzar a fronteira com a Argentina entre Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú. Os problemas começaram a ocorrer após o presidente Javier Milei assumir o comando do país vizinho.

Conforme relatos ouvidos pela reportagem do H2FOZ, o transtorno se dá na aduana do lado argentino, onde rotineiramente é exigido documento pessoal de qualquer pessoa que ingressa no território.

A demora para cruzar a fronteira é notória, no entanto, quando se trata de árabes ou descendentes, sejam libaneses, palestinos ou sírios, o tempo de espera excede muito o previsto. Há relatos de pessoas que aguardaram até quatro horas para entrar.

O vereador Adnan El Sayad recebeu denúncias sobre as dificuldades dos árabes e encaminhou um documento ao Consulado Argentino em Foz do Iguaçu. A repartição ficou de repassar a demanda ao alto escalão do governo. “Não pode haver uma política discriminatória para uma comunidade. Deve haver os mesmos critérios com todos os cidadãos”, diz.

Culpa da guerra

Libanesa naturalizada brasileira, Souad Soueid, 62 anos, tentou ir para Puerto Iguazú como de costume, mas pegou o caminho de volta. Ela havia programado uma visita à cidade para tomar café em uma padaria com uma amiga.

Ao parar em uma das cabines da aduana para entregar o documento, foi informada de que o procedimento demoraria de 15 a 20 minutos. Tempos depois, os fiscais pediram para ela estacionar o carro.  

Após ficar cerca de 45 minutos esperando uma resposta, Souad resolveu pedir explicações sobre o que estava acontecendo, e disseram que o sistema de migração havia caído.

Depois de muita insistência, um aduaneiro falou que ela e a amiga são libanesas e que a região de origem está em guerra. “O que a gente tem a ver com a guerra?”, retrucou.

Também foram informadas de que a ordem para fazer esse tipo de procedimento partiu do governo em Buenos Aires. Libanesa de origem, Souad tem documento brasileiro há 32 anos e nunca enfrentou problemas para cruzar a fronteira com a Argentina.

Alinhamento político

O alinhamento do atual presidente da Argentina, Javier Milei, com Israel pode ser uma explicação para o endurecimento com a comunidade árabe da fronteira.  

A cisma tem origem no ataque contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA). Em 18 de julho de 1994, um carro-bomba colidiu com o prédio da entidade, deixando 85 mortos e cerca de 300 feridos.

Dois anos antes, em 1992, a Embaixada de Israel em Buenos Aires já havia sido alvo de atentado, que resultou em 29 mortos.

Em abril deste ano, a Justiça argentina identificou o Irã como mandante dos atentados em 1992 e 1994. O ataque teria sido responsabilidade do grupo Hezbollah.

No entanto, em junho deste ano, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) considerou a Argentina culpada por não ter evitado o ataque à AMIA.

Conforme a sentença, o atentado à Embaixada de Israel já indicava que a AMIA poderia ser alvo de um atentado. 

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3 Comentários
  1. Doni Diz

    É pessoal , está na hora de incentivar que nenhum morador de foz visite esse país, também os turistas, o’ paizinho chato, deixa esses metidos a europeus ficar no mundinho deles.

  2. Luiz R Diz

    E tem gente que ainda se esforça para entrar nesse lixo de país. Tem que ir ninguém pra lá não e a mesma documentação e burocracia que eles pedem/fazem para entrar lá deve ser exigido deles (argentinos) para entrar em Foz.

  3. Rômulo Diz

    Parabens Argentina…quem nao gostou que se d@ne e fique No Bostil…

Comentários estão fechados.