A pequena cidade argentina de Bernardo de Irigoyen, na fronteira seca com Barracão (PR) e Dionísio Cerqueira (SC), foi sacudida, nessa semana, pelo assassinato da professora Carla Betiana de Olivera, de 37 anos. A mulher foi executada a tiros por pistoleiros que estavam em uma moto e fugiram em direção ao Brasil.
Em entrevista ao jornal El Territorio, o prefeito da cidade, Guillermo Fernández, recordou que esse é o quarto crime do tipo em dois anos, com a facilidade de fuga de um país a outro, por caminhos alternativos, dificultando os trabalhos de investigação e funcionando como uma espécie de gerador de impunidade.
“Aconteceram vários casos e sempre falamos que o autor foi ‘o da moto’, mas nunca se sabe quem foi e isso nos preocupa. Como prefeito, quero ver o crescimento da cidade, mas precisamos acompanhar esse crescimento com segurança e mais tecnologia”, afirmou Fernández, citando o projeto de instalação de 16 a 18 câmeras na fronteira.
“O projeto que temos é para colocar câmeras nos lugares mais estratégicos, para poder ter um controle, principalmente quando acontece esse tipo de coisa e para não depender das câmeras que estão instaladas no Brasil”, complementou. “A proposta já foi apresentada [aos vereadores], esperamos que seja aprovada em breve.”
Com a desvalorização do peso argentino em relação ao real, o comércio de Bernardo de Irigoyen vem apresentando um forte crescimento nos últimos anos, impulsionado pela chegada diária de milhares de consumidores brasileiros. Por outro lado, o contrabando também ganhou novo impulso, com o envio irregular de produtos argentinos ao Brasil.
No caso do assassinato da professora, uma das hipóteses levantadas pela Polícia de Misiones é que o verdadeiro alvo do crime seria o marido da vítima, que estava no banco do passageiro no veículo da família no momento do ataque. Segundo o El Territorio, a motivação pode estar ligada, precisamente, ao contrabando de bebidas e combustíveis.
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