Ambulância ‘fake’ é retida na BR-277 abarrotada com 50 mil maços de cigarro

O motorista alegou que buscaria paciente em Santa Terezinha de Itaipu para tratamento em Foz do Iguaçu; veículo foi adaptado para o contrabando.

Ao abordar o motorista de uma ambulância na BR-277, nessa quinta-feira, 20, equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) constatou nervosismo do condutor. Ele alegou que buscaria paciente em Santa Terezinha de Itaipu para tratamento em Foz do Iguaçu.

A versão declarada é falsa, tanto quanto o veículo é “fake”. Ao realizar a inspeção, os agentes federais encontraram o compartimento de pacientes abarrotado com cerca de 50 mil maços de cigarros contrabandeados.

O utilitário, uma ambulância realmente, foi adaptado para o transporte de ilícitos, reportou a PRF. E “o nome estampado nas laterais não remete a uma clínica ou a um hospital existente, isto é, foi uma criação da organização criminosa responsável pelo transporte”, frisou.

O motorista de 47 anos, a ambulância e os cigarros foram encaminhados para a Polícia Federal em Foz do Iguaçu. Na delegacia, foi feito o registro do crime de contrabando e o órgão conduzirá os procedimentos previstos em lei.

Assista ao vídeo da apreensão:


Fronteira e contrabando

A BR-277 é rota para contrabandistas de cigarro trazido do Paraguai. O produto entra no país, ilegalmente, pela Ponte Internacional da Amizade, lago de Itaipu, Rio Paraná e outros caminhos, seguindo pela rodovia para centros urbanos.

Além dos riscos à saúde, o Brasil deixou de arrecadar R$ 94 bilhões nos últimos 11 anos devido ao contrabando de cigarros. Quatro em cada 10 cigarros consumidos em 2022 foram obtidos de origem ilegal. Os dados são do Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).

Em operação recente, forças de segurança destruíram portos clandestinos junto ao Lago de Itaipu, que contempla quase 1.500 quilômetros de margem. Na região, embarcações são usadas para o tráfico e o contrabando, inclusive de cigarros.

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