Alunos de Medicina de universidade paraguaia são surpreendidos com aumento de 20%

A volta às aulas, na Universidad Privada del Este, foi marcada por um reajuste equivalente a R$ 460, que muitos não sabem se conseguirão pagar.

Estudantes da Universidad Privada del Este (UPE) reclamam do aumento dos custos do curso de Medicina, noticia o jornal La Clave. “Em plena crise da pandemia, a instituição subiu cerca de 20% o custo da matrícula e da mensalidade”, informa.

Normalmente, em anos anteriores, matrícula e mensalidade aumentavam em torno de 150 mil guaranis (R$ 115,00), no início das aulas. Desta vez, o aumento chegou a 600 mil guaranis (R$ 460).

O  aumento deixa num aperto a maioria dos jovens, diz La Clave, porque não têm recursos suficientes para bancar as novas tarifas.

Parênteses: Grande parte dos alunos de Medicina é formada por brasileiros, que buscam o ensino no Paraguai justamente por causa das mensalidades muito mais baixas que em instituições brasileiras. Mesmo com o reajuste de 20%, a mensalidade do curso de Medicina da UPE equivale a menos de um terço do que cobra uma faculdade particular brasileira, onde, para entrar, é preciso passar no vestibular.

O jornal ouviu uma aluna do último ano de Medicina da universidade, que funciona no km 7 de Ciudad del Este. A estudante disse que não sabe se vai conseguir o dinheiro para terminar o curso.

Ela contou que, para cursar o quinto ano, pagou 2.075.000 guaranis de mensalidade (R$ 1.590), mas este ano o valor subiu para 2.875.000 (R$ 2.200), o que equivale a um aumento de 20%.

“Muitos colegas não sabem de onde tirar o dinheiro, porque geralmente (o preço) sobe a cada ano entre 150 mil e 200 mil guaranis”, disse.

O diretor do Escritório de Defesa do Consumidor da Prefeitura de CDE, Richard González, disse que os estudantes devem denunciar oficialmente esse aumento, já que a maioria das universidades não conta com um regulamento que estipule a cobrança de mensalidade. “Se no contrato não há uma cláusula que estabelece o aumento progressivo das mensalidades, o aluno pode denunciar”, informou.

No entanto, La Clave constatou que o contrato entre a universidade e o estudante não especifica nada sobre o pagamento de mensalidades, o que significa “que os donos podem cobrar o que lhes apetece, já que não há controle”.

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