Clientes assíduos dos postos de gasolina de Puerto Iguazú, brasileiros e paraguaios estão com dificuldade para abastecer por lá. Com oferta reduzida de combustível, os estabelecimentos estão restringindo a venda para estrangeiros. O valor da gasolina na cidade (clique aqui para conferir os preços atualizados) é menor que em Foz do Iguaçu, onde a média é de R$ 5,65.
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Os postos da bandeira YPF só vendem para brasileiros e paraguaios em horários determinados e quando há disponibilidade de combustível. A fila para carros de placas estrangeiras é separada da destinada aos veículos argentinos, que é bem menor.
Para os estrangeiros, é permitido abastecer das 13h às 18h e das 23h às 6h, durante a semana. Nos fins de semana e feriados, o horário é das 12h às 6h. Isso quando há combustível disponível.
O único posto que sempre atende motoristas de outras nacionalidades é da bandeira Shell. No entanto, para quem pretende abastecer, é preciso enfrentar uma gigantesca fila. A espera costuma passar de duas horas.
Puerto Iguazú tem cinco postos. Os estabelecimentos recebem uma cota mensal de combustível calculada para abastecer a cidade. No entanto, como o consumo é regional e extrapola a demanda local, a quantidade de combustível não é suficiente para suprir a procura. A situação piorou após as eleições primárias que causaram desabastecimento em várias cidades do país.
Em razão da dificuldade, muitos motoristas brasileiros evitam cruzar a fronteira e abastecem o carro por aqui, com etanol. Quem ainda insiste em encher o tanque por lá precisa ter tempo de sobra para enfrentar filas.
Nos postos, a espera pode passar de duas horas. Mas não é apenas lá. Na aduana também. Fila para entrar e para sair. As filas para sair de Puerto Iguazú têm sido tão extensas quanto às de entrada, que tradicionalmente eram mais demorada.
O que pensam os argentinos?
Boa parte dos moradores de Puerto Iguazú fica incomodada com a corrida de estrangeiros aos postos.
O comerciante Nicolás Domacinovic diz que a procura desmedida pela gasolina gera filas quilométricas na fronteira, afugentando os turistas que querem ir à cidade para frequentar restaurantes e fazer compras. “Eu não compreendo por que um BMW fica duas horas na fila para abastecer. Um pai de família eu compreendo, mas um BMW, não”, dispara.
Para o comerciante Daniel Pla, o sistema de controle não é justo. “As pessoas vêm gastar dinheiro na Argentina e ficam três horas para entrar e três para sair. É uma vergonha”, critica. Segundo ele, a fila da gasolina atrapalha o comércio local, porque desestimula que mais brasileiros cruzem a fronteira para frequentar outros estabelecimentos comerciais.
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