Quer abastecer na Argentina? Prepare-se para enfrentar muita fila

Gasolina para estrangeiros está restrita; alguns estabelecimentos em Puerto Iguazú só vendem para argentinos.

Clientes assíduos dos postos de gasolina de Puerto Iguazú, brasileiros e paraguaios estão com dificuldade para abastecer por lá. Com oferta reduzida de combustível, os estabelecimentos estão restringindo a venda para estrangeiros. O valor da gasolina na cidade (clique aqui para conferir os preços atualizados) é menor que em Foz do Iguaçu, onde a média é de R$ 5,65.

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Os postos da bandeira YPF só vendem para brasileiros e paraguaios em horários determinados e quando há disponibilidade de combustível. A fila para carros de placas estrangeiras é separada da destinada aos veículos argentinos, que é bem menor.

Para os estrangeiros, é permitido abastecer das 13h às 18h e das 23h às 6h, durante a semana. Nos fins de semana e feriados, o horário é das 12h às 6h. Isso quando há combustível disponível.

O único posto que sempre atende motoristas de outras nacionalidades é da bandeira Shell. No entanto, para quem pretende abastecer, é preciso enfrentar uma gigantesca fila. A espera costuma passar de duas horas.

Gasolina está racionada em Puerto Iguazú, mas brasileiros insistem em abastecer. Foto: Marcos Labanca/H2Foz

Puerto Iguazú tem cinco postos. Os estabelecimentos recebem uma cota mensal de combustível calculada para abastecer a cidade. No entanto, como o consumo é regional e extrapola a demanda local, a quantidade de combustível não é suficiente para suprir a procura. A situação piorou após as eleições primárias que causaram desabastecimento em várias cidades do país.

Em razão da dificuldade, muitos motoristas brasileiros evitam cruzar a fronteira e abastecem o carro por aqui, com etanol. Quem ainda insiste em encher o tanque por lá precisa ter tempo de sobra para enfrentar filas.

Nos postos, a espera pode passar de duas horas. Mas não é apenas lá. Na aduana também. Fila para entrar e para sair. As filas para sair de Puerto Iguazú têm sido tão extensas quanto às de entrada, que tradicionalmente eram mais demorada.

O que pensam os argentinos?

Boa parte dos moradores de Puerto Iguazú fica incomodada com a corrida de estrangeiros aos postos.

O comerciante Nicolás Domacinovic diz que a procura desmedida pela gasolina gera filas quilométricas na fronteira, afugentando os turistas que querem ir à cidade para frequentar restaurantes e fazer compras. “Eu não compreendo por que um BMW fica duas horas na fila para abastecer. Um pai de família eu compreendo, mas um BMW, não”, dispara.

As filas desestimulam brasileiros irem às compras e aos restaurantes de Puerto Iguazú. Foto: Marcos Labanca/H2Foz

Para o comerciante Daniel Pla, o sistema de controle não é justo. “As pessoas vêm gastar dinheiro na Argentina e ficam três horas para entrar e três para sair. É uma vergonha”, critica. Segundo ele, a fila da gasolina atrapalha o comércio local, porque desestimula que mais brasileiros cruzem a fronteira para frequentar outros estabelecimentos comerciais.

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