Seleção feminina na Copa recebe cartas de alunos com incentivo

Carinho dos estudantes, expresso em correspondências escritas à mão, voou 14 mil quilômetros.

Esqueça a tecnologia, o que pesa nos momentos decisivos são os afetos carregados de calor humano. Alunos de escola do Paraná enviaram cartas escritas à mão para as jogadoras da Seleção Brasileira de Futebol. O time disputa a Copa do Mundo Feminina da Austrália e Nova Zelândia.

Os estudantes do Colégio Estadual Algacyr Munhoz Maeder, no Bairro Alto, em Curitiba, fizeram as correspondências que voaram 14 mil quilômetros para chegar ao destino. É a primeira vez que eles mandam as cartas para a equipe da craque Marta, que estreará segunda-feira, 24, contra o Panamá.

A iniciativa ocorre desde a Copa do Mundo de 2006, até então restrita ao selecionado masculino. Agora, a homenagem e o apoio são para levar o time de mulheres às vitórias do primeiro título, já que fora do campo, em representatividades, as jogadoras já são campeãs.

Cartas enviadas para a jogadoras – foto: Divulgação/Graciely Martins


O trabalho em sala de aula envolveu boa parte dos 430 alunos do ensino fundamental e ensino médio da instituição. “As jogadoras da Seleção Brasileira representam todas as mulheres do país, que podem estar onde quiserem e sabem disso. Os nossos alunos, meninos e meninas, crescem com esse pensamento”, expõe a diretora da escola, Yasodara Collyer de Magalhães Hayashi.

No texto das cartas, reconhecimento, respeito e valorização do futebol feminino. “Criticar o futebol feminino é para os fracos. Os fortes apoiam. Acredito que com coração, arte e esporte, podemos mudar o mundo”, assinam os alunos Gabriela e Adriel, do primeiro ano do ensino médio.

Por reconhecimento e igualdade

A professora Edna da Silva também ajudou a idealizar o projeto. Para ela, ação é uma demonstração de reconhecimento ao time, que ainda luta fora dos gramados por reconhecimento e igualdade. “Significa muito para mim, porque sempre gostei de jogar futebol na infância, mas não podia porque diziam que não era um esporte para meninas”, conta.

“As atletas da Seleção e nós, professores, temos muito em comum”, prossegue. “De alguma maneira, contribuímos para mudar o mundo. E ver que as estrelas do time do Brasil receberam e leram as cartinhas, e saber que se emocionaram com o que os alunos escreveram, demonstra que o trabalho valeu a pena”, conclui a docente.

Caminho

As cartas dos estudantes paranaenses foram postadas nos Correios para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro. De lá, foram encaminhadas ao hotel e recebidas pelas jogadoras, que estão hospedadas na cidade de Brisbane, na Austrália

(Com informações da Agência Estadual de Notícias)

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