Ex-jogador passou por mais de 20 clubes e colecionou muitas histórias ao longo de sua carreira.
Velho conhecido da torcida do Foz do Iguaçu FC, o ex-jogador Negreiros assumiu, nesta quarta-feira (7), o comando técnico do Azulão após ser atleta, auxiliar e supervisor do clube. Pouca gente sabe, mas ele é dono de uma trajetória intensa pelos gramados, colecionando passagens por mais de 20 clubes do Brasil e do exterior.
O ápice da carreira do atacante foi em 2004, quando atuou pelo Flamengo ao lado de ídolos como Júlio César, Zinho e Athirson. O técnico do time era Abel Braga, que se tornaria campeão do mundo dois anos depois pelo Internacional (RS). Com a camisa rubro-negra foram 15 partidas e quatro gols.
“A proposta que recebi do Flamengo foi financeiramente muito boa. Quando eu e minha família recebemos a notícia, foi algo fora do comum para um atleta que tinha recém-começado a carreira [tinha passado até então apenas por Campinense/PB e Rio Branco/PR]. Foi muito rápido”, recorda.
Depois disso, atuou pelo Coritiba, Criciúma e times da Bielorrússia e da Lituânia, onde fez mais de 50 gols. Outra passagem importante foi pelo Guaraní (Paraguai), clube pelo qual disputou a Taça Libertadores da América de 2009. A lembrança mais marcante foi o gol marcado contra o Boca Juniors em pleno estádio de La Bombonera.
Infância sofrida na Paraíba
O sucesso no esporte só chegou à vida de Negreiros depois de muito esforço. Natural de Campina Grande (PB), ele começou a jogar profissionalmente apenas aos 21 anos, o que é considerado incomum na carreira. Antes disso, dos 5 aos 20 anos ajudou o pai que trabalhava em um matadouro e depois foi vendedor em uma loja de colchões.
“Foi o meu primeiro emprego de carteira assinada. Comecei a jogar uma competição das indústrias por essa empresa e acabei me destacando. Fiz 22 gols, e isso chamou a atenção do Campinense (PB), que foi o meu primeiro clube profissional”, conta.
Ligação com o Azulão
O primeiro contato entre Negreiros e o Foz FC foi em 2013. A proposta era desafiadora. Faltando três rodadas para o fim do Campeonato Paranaense da Segunda Divisão, o clube estava prestes a ser rebaixado. “Muitos não teriam coragem, mas resolvi aceitar. Em três partidas, consegui marcar sete gols e ajudar a salvar o Foz. Foi aí que começou esse bom relacionamento entre eu e o clube.”
Depois disso, atuou no futebol catarinense e retornou ao Azulão. Chegou a parar de jogar em 2014, porém retornou aos gramados no ano seguinte. Fez apenas três partidas e resolveu pendurar de vez as chuteiras.
Com uma forte identidade com a cidade, em 2018 voltou ao clube para trabalhar fora das quatro linhas. Assumiu o comando técnico da equipe e conquistou as vagas para o Campeonato Brasileiro da Série D e Copa do Brasil 2019.
Agora em 2022, o desafio é fazer um time competitivo para disputar a elite do Campeonato Paranaense em 2023. O presidente do Foz FC, Arif Osman, confia no trabalho do profissional: “A escolha por Negreiros foi muito fácil e consciente por todo o seu currículo e a identidade que o craque criou com Foz do Iguaçu e a nossa torcida”, finaliza.
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