Vila C: descaso é pouco

Moradores da Vila C solicitam o básico, mas Município parece não se preocupar com o mínimo.

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Aida Franco de Lima – OPINIÃO

Com a comemoração dos 110 Anos de Foz do Iguaçu, o H2Foz traça um panorama sobre o Município com suas potencialidades e desafios. E neste caminho, está a Vila C. Ao iniciar a matéria intitulada “Moradores da Vila C expõem enxurrada de problemas do bairro”, em um primeiro momento é de imaginar que são questões típicas enfrentadas por qualquer administrador, de difícil resolução, que dependem de grandes investimentos. Porém, ao aprofundar-se no texto e conhecer as reivindicações dos moradores, o motivo parece mesmo ser a falta de consideração do poder público com quem paga os impostos: o contribuinte.

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A impressão é a de que o poder público trata a comunidade como uma inimiga que não deve ter suas solicitações atendidas para ela não se acostumar demais, para ela não “folgar” demais. Como se não fosse a população que mantém as despesas do funcionalismo público.

E deveria ser bem ao contrário, o município deveria pegar a pauta de reivindicações e ver como um remédio amargo, que nem é tão amargo assim. Tomar de uma vez para si a responsabilidade, resolver de uma vez e dar um pouco de tranquilidade para essa comunidade que está crescendo sem que a infraestrutura pública lhe dê o suporte necessário.


APOIO ESPECIAL

Parece um pouco irônico ser a Vila C – o bairro construído para os trabalhadores que edificaram a segunda maior hidrelétrica do mundo – a ficar relegada a terceiro, quarto plano.

Como pode haver uma capela mortuária desativada e uma associação de moradores querendo cuidar dela, mas ninguém dar uma solução para isso em dois anos? Em situação de abandono também está o barracão de coleta seletiva. Uma estrutura que, se bem utilizada, poderia ser fonte de renda para  a comunidade. Seria possível até mesmo resolver outro problema apontado, que é a falta de estrutura para coletar os materiais descartados por moradores, que não conseguem pagar os altos custos de caçambas.

“Quando você vai nessas praças, você observa que não tem segurança nenhuma, e segurança não é só patrulhamento, é também iluminação. A gente não consegue resolver esse problema.” Alisson Diego Zeni, morador

É uma engrenagem em que uma peça depende da outra, pois sem manutenção o bairro fica com cara de abandono. Somam-se a isso as áreas de lazer malcuidadas, ruas com pavimentação descuidada e iluminação inadequada. Para completar a falta de saneamento básico, o que obriga boa parte dos moradores a gastar com o esvaziamento semestral das fossas sépticas.

Alguns problemas, como no caso do saneamento, exigem mais tempo, mas não justificam sua promessa não cumprida em mais de 35 anos, como apontou um morador. E todos os demais apontamentos refletem a falta de zelo com os moradores da localidade.

Não bastasse tudo isso, há o agravante do transporte coletivo, que – se para o restante da cidade já é um parto – para os moradores da Vila C é uma gestação e parto de elefante: longo.

A comunidade da Vila C precisa ser escutada, seus problemas precisam ser considerados, ser resolvidos para ontem. Eles estão cansados. Ficam em um jogo de empurra-empurra. Não importa com qual finalidade a vila nasceu, ela não é privada. Não é obrigação de Itaipu manter o bairro. Qualquer medida ela o faz se desejar, não tem obrigação. Quem tem dever é o município, o estado. Os impostos vão para os cofres públicos. Assim como os benefícios deveriam retornar para a comunidade.

Este texto é de responsabilidade do autor/da autora e não reflete necessariamente a opinião do H2FOZ.

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1 comentário
  1. Ale Diz

    E não adianta esperar muita coisa neste fim de “governo”. Se não fez muita coisa desde o início do primeiro mandato, imagine agora.

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