“Chuva de gráficos”: saiba a situação de Foz do Iguaçu nos principais indicadores
Nos 110 anos da Terra das Cataratas, dados de turismo, segurança pública, economia, emprego, desenvolvimento e saneamento básico ajudam a interpretar a cidade
Foz do Iguaçu completou 110 anos com uma trajetória de avanços e desafios nos mais diversos setores. O H2FOZ reuniu informações oficiais e elaborou uma série de infográficos que mostram como a Terra das Cataratas se encontra nos principais indicadores socioeconômicos.
Turismo
Parte da economia de Foz do Iguaçu se deve aos produtos e serviços relacionados ao turismo. De acordo com dados do Ministério do Turismo, em 2022, havia quase dez mil empregos diretos ligados ao setor na cidade, que conta com mais de 150 meios de hospedagem, 40 organizadoras de eventos e 182 agências de turismo. Só de guias de turismo, são mais de mil habilitados.
Principal atrativo de Foz do Iguaçu, o Parque Nacional do Iguaçu, que abriga as Cataratas do Iguaçu – uma das Sete Maravilhas da Natureza –, também aos poucos vai recuperando o movimento pré-pandemia. O atrativo mira 2019, quando obteve a histórica marca de dois milhões de visitantes.
Em relação ao número de visitantes, o destino parecia “decolar” em 2019, quando vivenciou – assim como o resto do mundo – uma pandemia que adiou voos mais ousados.
Conforme dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu fechou 2023 com quase 1,9 milhão de passageiros (embarques e desembarques). Em relação a 2022, houve um crescimento (o terceiro consecutivo) de 27,9%. Porém, esse cenário ainda está 17,5% distante do verificado em 2019, quando quase 2,3 milhões de passageiros passaram pelo mesmo terminal.
Um levantamento realizado pelo H2FOZ, com base em dados dos 50 aeroportos nacionais mais movimentados nos últimos cinco anos, mostra que Foz do Iguaçu aparece apenas na 45.ª posição (ou o sexto pior) em relação ao percentual de recuperação do período pré-pandemia: 82,5% (muitos já recuperaram totalmente o fluxo).
Segurança pública
Foz do Iguaçu já foi considerada uma das cidades mais violentas do Brasil em relação a mortes de jovens na década de 2000, conforme dados do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), levantamento realizado com apoio da Secretaria de Direitos Humanos, em parceria com o UNICEF. Também nessa década, a cidade registrava algo próximo de um homicídio por dia.
Na década de 2010, o número começou a cair, sobretudo após 2012, quando foram contabilizados 165 assassinatos, no início da série histórica do Relatório Estatístico Criminal, organizado pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná.
Em 2023, foram registrados 82 crimes, quatro a mais do que em 2022, representando o maior número desde 2019.
Foz do Iguaçu aparece na lista das cidades que mais registraram feminicídio no Brasil em 2023. Foram sete mulheres que perderam a vida em decorrência da violência doméstica e familiar, por menosprezo ou discriminação à condição do gênero feminino.
A Lei 13.104/2015 determinou que fica configurado feminicídio quando há morte de mulher “por razões da condição de sexo feminino”. Ou seja, são vidas interrompidas pelo simples fato de ser mulheres.
Economia
Os últimos dados relacionados ao Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são de 2021 e mostram Foz do Iguaçu como a sétima maior economia do Paraná. Em comparação com quase 20 anos atrás (2002), a cidade caiu três posições e viu sua representação estadual diminuir de 4% para 3,4% nesse período.
Foz do Iguaçu ocupa a 70.ª posição no ranking nacional, com um PIB de quase R$ 19 bilhões. No Paraná, a cidade fica atrás de Curitiba (6.ª posição nacional), São José dos Pinhais (45.ª colocação), Araucária (46.ª), Londrina (50.ª), Maringá (54.ª) e Ponta Grossa (69.ª).
PIBão ou PIBinho de Foz?
O estatístico, matemático e sociólogo Luiz Carlos Kossar é autor de um estudo que busca desenredar o Produto Interno Bruto (PIB) do município. Segundo ele, o PIB de Foz do Iguaçu é altamente impactado pela Itaipu Binacional, “é irreal e não reflete economia”. O valor cai à metade sem a estatal.
“Com Itaipu, temos um PIB fantástico. Mas acontece que a Itaipu não capilariza a economia, ela é uma fábrica de energia, cuja matéria-prima é água estocada”, explanou Kossar ao H2FOZ, em fevereiro deste ano. “Quando se retira a estatal da economia, o verdadeiro PIB de Foz do Iguaçu cai à metade”, contabiliza.
Com efeito, ao retirar-se Itaipu da conta geral do indicador, o PIB per capita de Foz do Iguaçu é reduzido de mais de R$ 65 mil por pessoa para R$ 30 mil. Nos municípios comparados, a quantia sem estatal vai de R$ 40 mil a R$ 50 mil por pessoa. Clique aqui e veja o estudo completo.
Desenvolvimento
Foz do Iguaçu é a 526.ª cidade mais desenvolvida do Brasil, conforme dados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). A medida, composta de indicadores de três dimensões (longevidade, educação e renda), é calculada pelo PNUD, órgão das Nações Unidas para o desenvolvimento, com base em dados do IBGE.
No índice, que varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano), a Terra das Cataratas possui um IDHM de 0,751. Esse valor é considerado alto na metodologia, porém coloca a cidade apenas na 29.ª posição entre os 399 municípios do Paraná. A lista é liderada por Curitiba e Maringá.
Em relação às dimensões, a cidade ocupa a 462.ª posição em renda, 849.ª em educação e 473.ª em longevidade. Na comparação com os estudos anteriores, Foz do Iguaçu caiu 133 posições no índice geral entre 1991 e 2010. Foi o pior desempenho entre as dez maiores cidades do Paraná.
Emprego
Foz do Iguaçu é o sexto município do Paraná que mais gerou empregos formais em 2023, segundo o balanço do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), publicado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
A cidade fechou o ano com um saldo positivo de 2.808 postos de trabalho com carteira assinada e um estoque de 65.330 vagas ocupadas. São quase 50 mil empregos a menos que Cascavel, que totaliza um estoque de 114.535 postos. Já na comparação entre Foz do Iguaçu e Toledo, o acumulado de empregos é praticamente equivalente, pois a localidade vizinha mantém 59.933 registros formais de trabalho, mesmo tendo uma população bem menor.
Saneamento básico
A falta de acesso à água potável afeta quase 32 milhões de pessoas no Brasil, e cerca de 90 milhões não têm acesso à coleta de esgoto, o que se reflete em problemas de saúde para a população. O Ranking do Saneamento Básico, divulgado pelo Instituto Trata Brasil, mostra Foz do Iguaçu – que é atendida pela Sanepar – na 13.ª posição no levantamento nacional, que considera dados de 2022 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) acerca das cem cidades mais populosas do Brasil.
Em 2023, a cidade não apareceu na lista, pois não se enquadrava nessa faixa, conforme estimativas populacionais do censo daquele ano. No levantamento, foram levados em consideração indicadores como distribuição e coleta de água e esgoto, perdas na distribuição, investimentos e melhorias realizadas. Outras cidades paranaenses figuram na lista: Maringá, em 1.º; Cascavel, em 9.º; Ponta Grossa, em 14.º; São José dos Pinhais, em 21.º; e Curitiba, em 22.º.
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