A condição socioeconômica de Foz do Iguaçu terá peso preponderante na escolha do candidato a prefeito principalmente para um grupo formado por mais de cem mil eleitores. A análise é do matemático, sociólogo e professor Luiz Carlos Kossar.
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O estatístico perfilou o eleitorado iguaçuense e o analisou com um conjunto de estudos sociais e econômicos da cidade que vem promovendo. A base de dados é das Eleições 2022, à qual deverão ser acrescidos dez mil eleitores, pouco alterando a radiografia de quem irá às urnas em outubro, explica.
A estratificação mostra que essa maioria de eleitores tem entre 16 e 44 anos, totalizando 109 mil (55%). Nesse recorte, as mulheres predominam em todas as faixas de idade, assim como as pessoas solteiras. Ampliando, enumera, são 132 mil (67%) eleitores com ensinos médio e superior.
Perfil dos eleitores de Foz do Iguaçu em 2022:
Tem-se, aponta o matemático, que o eleitorado iguaçuense é jovem, possui boa escolaridade, é solteiro e predominantemente feminino. Esse contingente está em ascensão e suas atitudes estão causando mudanças nos hábitos e costumes, aponta.
O que esse conjunto de indicadores quer dizer? “A maioria desse eleitorado está em idade ativa, isto é, em movimento. Seus anseios e desejos estão vinculados à oportunidade de emprego e renda”, argumenta o professor Kossar.
Estagnação
Para ele, o mercado de trabalho em Foz do Iguaçu é deficitário, não atendendo à demanda dessa população. Como consequência, emprego de qualidade e renda serão as prioridades desse eleitor ao escolher quem quer na cadeira principal do Palácio das Cataratas.
Delineando, de forma analítica, o desejo dessa parcela de eleitores, Kossar opina sobre as possíveis características do candidato a prefeito que poderá cair nas graças desse contingente. Para ele, o prefeiturável que herdará a confiança desse grupo será o que melhor conseguir comparar a situação de Foz do Iguaçu com a de municípios vizinhos.
“Será aquele que conseguir passar uma mensagem comparativa entre Foz do Iguaçu e as regiões Oeste do estado e de Alto Paraná, no Paraguai”, frisa. E assim demonstrar que o “desenvolvimento, ou seja, emprego e renda, acontece nesses dois polos, mas Foz patina com a economia estagnada”, enfatiza.
“Aí deverão vir as propostas para que Foz do Iguaçu participe desse boom da economia”, assinala. “Pois são dois polos muitos próximos e isso chamará atenção deste eleitorado, que é ativo e que está em movimento”, reflete Kossar.
Contexto
Estudioso da realidade iguaçuense há anos, mais recentemente Luiz Carlos Kossar vem produzindo e divulgando estudos, com base em dados oficiais, para argumentar que a economia de Foz do Iguaçu está estagnada. Ele mostra, por exemplo, que a empregabilidade na cidade é menor e a renda também em relação com as cidades vizinhas do Oeste.
O H2FOZ veiculou vários conteúdos e, em entrevista no programa Marco Zero, abordou como esse eleitor majoritário, denominado por Kossar como “ativo e em movimento”, poderá comportar-se na eleição a prefeito. Na ocasião, o matemático afirmou que “candidatos analógicos”, ou seja, desvinculados da demanda por oportunidades, não teriam chances de vitória.
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