Latinha critica ‘caciques’ da política e defende olhar para periferias

Candidato a prefeito de Foz do Iguaçu participou da série de entrevistas Dois em Um, do H2FOZ e Rádio Clube FM; assista.

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O candidato a prefeito Jurandir de Moura, pela federação Rede e PSOL, expôs sua visão e os projetos que pretende implantar em Foz do Iguaçu, no programa Dois em Um, série de entrevistas do H2FOZ e Rádio Clube FM 100,9. O tempo é de uma hora, das 11h às 12h, destinado a cada um dos sete prefeituráveis nas Eleições 2024.

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A exemplo de como tem feito em debates e eventos políticos, iniciou sua exposição enumerando o que considera ser contradições dos demais concorrentes à prefeitura e criticando “caciques” políticos. Afirmou “não tenho rabo preso com grandes grupos”, ao defender que a cidade precisa de mudança. E que irá trabalhar com os servidores e as universidades.

Questionado, Jurandir de Moura Latinha explicou que não possui recursos para a produção de material ao horário eleitoral gratuito. Disse que precisará fazer ações de arrecadação para pagar impressos e outros gastos. A falta de dinheiro, prosseguiu, pretende compensar com conhecimento, preparo e com o que considera ser seu diferencial: um candidato vinculado à população periférica.

O prefeiturável salientou que quer melhorar a cidade, torná-la mais bonita e cuidada. E que trabalhará para Foz do Iguaçu passar a “receber turistas, não visitantes, que chegam e já vão embora”. Ainda disse que irá dotar a administração de cargos técnicos, criando uma “secretaria biônica”, que unificaria obras, planejamento, habitação etc., reduzindo custos. Comprometeu-se em aplicar o “IPTU progressivo” contra a especulação imobiliária.

Latinha também esmiuçou uma de suas principais propostas, a gratuidade do transporte coletivo, fixando uma taxa turística para custear o serviço, que seria realizado por uma autarquia de permissão. “É um modelo que acontece em várias cidades do país. E os empresários terão economia, porque irão pagar somente 10% do que hoje destinam para o transporte dos seus funcionários”, argumentou.

Não podem usar a máquina, o dinheiro, cargos comissionados para ajudar os caciques, esquecendo a cidade, asseverou Latinha.

Suas prioridades imediatas, projetou, serão o transporte coletivo, pois o contrato com a atual operadora vence em março de 2025, e a saúde. E citou uma das pautas estratégicas. “Precisamos fazer a revisão do Plano Diretor, que isolou a cidade, os bairros periféricos e as pessoas, além de não respeitar o meio ambiente. Fazem planejamento para o hoje, não para o futuro”, criticou, complementando que pretende integrar a Vila Bananal.

Hospital Municipal

Para Jurandir de Moura Latinha, a federalização do Hospital Municipal é “necessária, mas perigosa, porque candidatos e o próprio gestor mentem à população”, afirmou. Disse que está preocupado com o futuro de mais de mil empregados da unidade, em caso de mudança de modelo, devido ao limite de gastos com pessoal atingido pela prefeitura.

“Ou o governo federal assume esses trabalhadores como estatutários ou nós precisaremos buscar formas para assegurar os direitos e o emprego de todos eles”, realçou. E se incumbiu de agendar audiência com a gestão federal para tratar desse tema, entre outros, já no início de governo no município, por meio de dirigentes nacionais de seu partido.

Papel da Câmara

No Dois em Um, Latinha fez críticas à atuação dos vereadores, principalmente quanto a aumento de taxas e impostos municipais, a pedido do Executivo, e pelo reajuste do salário dos edis para a próxima legislatura. “Eu não vou trocar cargo, temos que cortar isso. Também quero conversar com os vereadores sobre o orçamento impositivo, que sou contra, porque é usado para fazer politicagem”, declarou.

“Tenho lado”

O candidato salientou que busca votos sem preocupação com o viés ideológico do eleitorado, porém que se considera em vantagem em relação a outros postulantes para conquistar o voto de centro e de esquerda na cidade. “Porque eu tenho lado, sou de esquerda”, frisou.

E criticou o que chama de acordos entre caciques políticos dos concorrentes na cidade, que visam, segundo ele, não ao bem da cidade, mas às eleições futuras para senador, governador e presidente. “As pessoas precisam observar isso. Não podem usar a máquina, o dinheiro, cargos comissionados para ajudar os caciques, esquecendo a cidade”, asseverou.

Bio

Sua trajetória está ligada a reivindicações por moradia, saúde, transporte público e outros serviços para as populações periféricas. Também atuou na reorganização do Centro de Direitos Humanos, na década de 2010. Quando chegou a Foz do Iguaçu, sem oportunidades, abriu um depósito de recicláveis, comprou uma Kombi, ampliou o negócio e passou a aliar trabalho com ativismo no movimento popular. É dessa lida que Jurandir de Moura virou o Latinha.

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