Para o matemático e analista político Luiz Carlos Kossar, o eleitorado de Foz do Iguaçu escolheu uma mensagem de desenvolvimento contra a estagnação, elegendo o General Silva e Luna prefeito. O candidato do PL obteve mais de 73 mil votos, liquidando o pleito em primeiro turno.
Para examinar o resultado da eleição majoritária municipal à prefeitura, Kossar parte das seguintes premissas:
- o inesperado existe;
- Foz do Iguaçu não é uma cidade atípica, mas semelhante a todas as demais do Paraná;
- o município, um dos maiores do estado, está com o desenvolvimento socioeconômico “estagnado há mais de duas décadas”, o que resulta em uma “anomalia” quando comparado com outras localidades paranaenses de porte similar.
A partir desses pressupostos principais, a análise: as eleições para prefeito, nos últimos 20 anos, não foram pautadas no que Kossar chama de realidade local, isto é, a estagnação. O debate abrangeu o “assistencialismo, evidenciado pela extrema pobreza nas periferias”, expõe.
Acrescente-se à radiografia inicial, defende o analista, que Foz do Iguaçu “sofreu um enorme êxodo da população em idade ativa”. Esse contingente, devido à falta de oportunidades de emprego e renda, teria migrado para outras cidades, avalia.
Diante desse quadro, aliado ao novo perfil do eleitorado iguaçuense, o resultado da eleição. “A maioria dos eleitores estaria na faixa etária de 16 a 44 anos, portanto em idade ativa, com boa escolaridade, solteiros e com predominância do sexo feminino. Foram os que decidiram o pleito em primeiro turno”, realça Luiz Carlos Kossar.
Por que Silva e Luna?
Na avaliação do sociólogo e estatístico, o vencedor da eleição para prefeito, General Silva e Luna, baseou a sua campanha no desenvolvimento, por meio das chamadas obras estruturantes, e assim “pautou o futuro”. O candidato apresentou como seu legado os investimentos feitos pela Itaipu Binacional, entre eles a Ponte Internacional da Integração Brasil–Paraguai.
“Os demais candidatos, como exemplo o segundo colocado, ficaram reféns do passado, tentando resgatar seus feitos”, opina. E “esqueceram que o perfil do eleitor mudou”, pontua Kossar.
O terceiro com mais votos a prefeito, apesar de novo em disputas eleitorais, não teria apresentado novidades ao eleitorado. E o “quarto colocado na disputa tentou resgatar um passado de duas décadas atrás, virou suco no processo”, conclui Kossar.
E quem ganhou a Eleição 2024 para a Prefeitura em Foz do Iguaçu? “O eleitor, que foi quem soube muito bem definir a diferença entre esperança/futuro e passado”, diz Luiz Carlos Kossar, que há décadas mede o termômetro das campanhas eleitorais iguaçuenses.
O H2FOZ já produziu diversas reportagens e análises sobre desenvolvimento, estagnação e perfil da sociedade iguaçuense. As leituras podem ser acessadas em:
Definição em primeiro turno: sem surpresa
Na véspera da eleição de 6 de outubro, o matemático apresentou ao H2FOZ resultados de pesquisas semanais, que foram elaboradas para utilização interna em sua empresa de consultoria. Por não objetivar o público, os dados não foram registrados nem divulgados, com efeito.
Kossar apresentou dois cenários:
1) Eleição em dois turnos (menos provável)
Esse cenário aconteceria se quatro candidatos conseguissem obter 20% votos nominais, em que restariam 80% distribuídos entre Silva e Luna e Paulo.
2) Eleição em primeiro turno (mais provável)
Kossar captou, em seus levantamentos, tendência de alta na intenção de votos a Silva e Luna, com redução de votos em Airton José e Samis da Silva, cujas sondagens apontavam obter, juntos, em torno de 14% dos votos válidos. Assim, restariam 86% para Silva e Luna e Paulo, criando as condições da eleição em primeiro turno do candidato do PL, que seguia crescendo na “chegada” da eleição.
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