Ex-juiz e ex-ministro do governo Bolsonaro afirma que a candidatura deve ser definida até a próxima semana
Pré-candidato a um cargo prestes a ser definido, Sergio Moro – ex-juiz e ex-ministro do governo Bolsonaro – desembarcou, no final da manhã desta sexta-feira (8), em Foz do Iguaçu. Após uma entrevista concedida no programa Contraponto, na Rádio Cultura, ele falou com a reportagem do H2FOZ. Animado e confiante com a corrida eleitoral, Moro não descarta a possibilidade de sair na disputa para governador. Logo mais, às 19h, ele vai lançar o livro Sergio Moro – Contra o Sistema de Corrupção, na Livraria A Página, do Shopping Catuaí Palladium.
O que deu errado na candidatura do senhor para presidente? Será que não foi um passo precipitado? Não seria melhor começar como deputado ou senador?
Na verdade, eu estava no setor privado e tive essa compulsão de voltar para contribuir para a vida pública. Eu quis também dar uma oportunidade para a gente conseguir romper a polarização política que acaba sendo ruim para o país. A polarização leva à radicalização, obscurece nossa capacidade de discutir problemas e soluções reais para os problemas das pessoas. No entanto, no curso da pré-candidatura presidencial, houve uma percepção que não tínhamos uma estrutura partidária suficiente para tanto, quando estávamos no partido Podemos, e tive que fazer esse movimento.
Esse movimento de mudar para o partido União Brasil, que tem alguns políticos conservadores, e trocar o domicílio eleitoral não tira um pouco da sua credibilidade para o eleitor?
Não, não tenho visto isso. O União Brasil é o maior partido do país, e a ideia é construir um projeto político importante. É um partido com uma visão liberal da economia, mas que também dá importância para projetos sociais, e eu carrego comigo as minhas bandeiras específicas de combate à corrupção e da luta pela integridade na política, então não tenho visto essa dificuldade. A gente tem circulado aqui no Paraná, e estou muito feliz e radiante de ter oportunidade para concorrer pelo Paraná. Esse movimento para São Paulo foi um pedido do partido, e como isso acabou não sendo permitido pelo tribunal para mim é ótimo estar no Paraná.
Em uma eventual candidatura ao Senado, o senhor vai concorrer com Alvaro Dias, que tem tendência de se aliar ao governador Ratinho Junior (PSD). Com quem o senhor se aliaria, com o PSDB?
Isso tudo é muito prematuro, são conversas que estão acontecendo, e é muito prematuro dizer que fulano X vai se aliar a fulano Y e vice-versa.
E essa definição sai logo?
Sim, provavelmente semana que vem a gente deve anunciar em qual cargo devo concorrer. Tem pesquisas até que foram publicadas. Por exemplo, a Big Data me deixou em uma posição confortável para escolher o cargo a qual vou concorrer. Claro que a gente tem que tratar isso com muita humildade, já que a eleição dista e ainda o que conta é evidentemente o voto.
Há possibilidade de o senhor concorrer a algum cargo do Executivo, como governador do Paraná?
Todas as possibilidades estão abertas. A direção nacional do partido e a direção estadual me colocaram confortáveis para fazer essa escolha, e tem pesquisas que amparam a escolha que for realizada. Claro que isso tem que ser discutido com o partido também e com a população. A ideia de circular no Paraná, entre elas, é também falar: “Olha, o que você acha? O que deveria fazer? Concorrer?” Vamos ouvir o povo.
O ex-presidente Lula está na ponta das pesquisas. Como o senhor vê isso? Um pré-candidato que foi julgado, condenado e boa parte da opinião pública se voltou contra ele. Agora está à frente nas pesquisas.
É uma tragédia para o país. Acho que mandou um recado errado para o país, e espero que isso não aconteça. É bom lembrar que foi condenado não só por mim, mas por outras instâncias como o Tribunal Regional de Porto Alegre [TRF], o Superior Tribunal de Justiça [STJ], e depois foi beneficiado por um erro judiciário do Supremo Tribunal Federal [STF], que a gente respeita, mas lamenta.
Comentários estão fechados.