O candidato a senador pelo PSOL defende a transição do modelo agrícola brasileiro, em entrevista na série 2 em 1.
O candidato a senador Laerson Matias (PSOL) concedeu entrevista na série 2 em 1, produção conjunta do H2FOZ e Rádio Clube FM 100.9, em sabatina aos postulantes a cargos eletivos. Ele começou sua militância na saúde, quando um irmão contraiu HIV. Passou a estudar a doença e viu a necessidade de políticas públicas aos pacientes. Ajudou a fundar o PSOL e já disputou vagas para deputado estadual e vereador.
Acompanhe a entrevista:
O candidato define o Senado da República como uma instância afastada do povo paranaense, uma instituição ausente. “O Alvaro Dias está lá há 32 anos e o que ele fez? Ah, ele está no Senado”, criticou. Matias defende a reforma tributária, com tributação das grandes fortunas, pois elas são isentas de impostos.
Se eleito, quer monitorar, auditar e vigiar as finanças internacionais. Lembrou que a dívida pública está em metade do PIB, que isso nunca diminui e que o Senado tem o papel de liberar empréstimos. “É preciso de zelo”, destacou. Matias também defendeu a federalização da educação e investimentos na infraestrutura, materiais didáticos e carreira dos professores.
Citou ainda o modelo de produção agrícola, considerando-o predatório. “Esse modelo destrói o meio ambiente, a fertilidade do solo, contamina os mananciais, os alimentos e as pessoas que os consomem. É possível produzir sem veneno, e tem tecnologia para isso”, observou.
Matias frisou que “o Brasil, por exportar soja e milho, perde de vista que podemos pagar muito caro no futuro pela destruição do solo e de nossa água. A Europa, França, Alemanha estão fazendo essa transição. Estão deixando de usar agrotóxicos”.
O jornalista Alexandre Palmar questionou se essa transição dá conta de manter a exportação de grãos. “A agroecologia daria conta de produzir o milho e soja, para engordar porco e ave em outros continentes. Ao exportar commodities, matérias primárias, estamos perdendo recursos.” Matias lembrou que o material manufaturado gera três vezes mais lucro.
“É pouco inteligente o que estamos fazendo. Precisamos de programas de financiamento a pesquisas”, realçou. “Isenções, taxas de juro diferenciadas podem levar esse produtor a produzir sem veneno e ver o resultado de vender para o exterior, para esse outro mercado”, salientou Laerson Matias.
“Não é uma eleição normal, Bolsonaro está falando em golpe de estado. Se não fosse isso, teríamos candidato próprio para presidente”, explicou sobre o apoio ao PT na chapa majoritária.
Com patrimônio declarado em R$ 850 mil, Matias considera um absurdo que dinheiro público seja usado para campanha eleitoral, quando se sabe que esse dinheiro vai parar nas campanhas de quem já está no poder. Mencionou que o PSOL tem poucos recursos, que conta com a ajuda financeira da militância e que seu patrimônio é fruto das economias como bancário.
Perfil
Natural de São Miguel do Oeste (SC), tendo transferido residência para Cascavel em 1985, Laerson Vidal Matias tem 59 anos, é casado e pai de quatro filhos. É diretor do Sindicato dos Bancários de Cascavel e Região e presidente do PSOL.
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