Professores e funcionários da rede estadual fazem paralisação nesta quinta

Categoria realiza ato público em Foz do Iguaçu, às 9h, no Núcleo Regional de Educação.

Categoria realiza ato público em Foz do Iguaçu, às 9h, no Núcleo Regional de Educação. 

Educadores realizam paralisação estadual nesta quinta-feira, 29, com ato público na frente do Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu (NRE), a partir das 9h. As aulas remotas serão suspensas e haverá manifestações nas principais cidades do Paraná.

Os profissionais cobram do governo a pauta que prevê garantia de direitos e medidas educacionais para valorizar a escola pública e assegurar a qualidade do ensino. A data da mobilização marca os seis anos do “Massacre de 29 de Abril”, quando a categoria foi reprimida com violência no Centro Cívico, em Curitiba (PR).

A paralisação, devido à pandemia de covid-19, está sendo organizada por meio das redes e ferramentas on-line. A comunidade escolar está sendo informada sobre os motivos da manifestação e as reivindicações de professores e funcionários de colégios do estado.

Os profissionais da educação estão há cinco anos sem reposição das perdas da inflação sobre os salários, um direito de todos os trabalhadores. As progressões e promoções também foram congeladas. Educadores enfrentam uma das piores reduções do poder aquisitivo, resultado da alta dos preços e contenção salarial.

O Governo do Paraná quer substituir agentes educacionais por empresas terceirizadas. A gestão ameaça demitir 9,7 mil funcionários de escolas neste mês, em plena pandemia. São servidores com contratos temporários (PSS), que recebem as mais baixas remunerações e não possuem garantias da carreira.

“O 29 de Abril é uma data emblemática para a categoria”, frisa o presidente da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez. “Mas, neste ano, mais do que rememorar, a mobilização irá denunciar toda a violência contra educadores e os ataques à educação pública no Paraná que seguem acontecendo”, expõe.

Movimento relembra a repressão policial de 2015, no Centro Cívico, que deixou cerca de 300 pessoas feridas – foto Joka Madruga/Arquivo

Educação pública e de qualidade

De acordo com Diego, a paralisação é um levante contra o sucateamento do sistema de educação, edificado ao longo dos anos e que garante acesso universal e gratuito aos adolescentes e jovens. Ele aponta que a administração estadual impôs uma visão empresarial que põe em risco a escola pública.

O dirigente sindical enumera as medidas que afetam o ensino. “Com a chamada ‘otimização’, o Governo Ratinho Junior está fechando turmas e lotando classes de alunos. É um processo que faz aumentar o desemprego de professores e compromete o ensino e a aprendizagem”, enfatiza Diego.

A paralisação também denuncia a sobrecarga de trabalho dos docentes estaduais, causada pelas aulas remotas, o controle sem parâmetros e a burocratização das atividades pedagógicas. Os educadores questionam o processo de militarização de escolas públicas e o corte de aulas de Artes, Filosofia e Sociologia.

O fechamento de três unidades do CEEBJA (Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos) em Matelândia, Medianeira e São Miguel do Iguaçu é refutado pelo movimento. “É uma medida do NRE de Foz que integra o processo de desmonte do ensino. Por isso, o protesto pede o afastamento da chefe do órgão do cargo”, pontua Diego Valdez.

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