Professoras calculam 26% de perdas e cobram piso salarial de Silva e Luna

Educadoras municipais pedem reunião com o prefeito; Chico Brasileiro pagava completivo, não o piso salarial previsto em lei.

Com base na promessa da gestão do prefeito Joaquim Silva e Luna (PL) de valorizar os profissionais da educação do município, a classe cobra o pagamento do piso salarial. Fixado por lei nacional, esse é a menor remuneração que pode ser paga à rede básica.

O piso foi estabelecido em R$ 4.867, a partir de 1.º de janeiro de 2025 – reajuste de 6,27% em relação ao ano anterior. A categoria foi às contas e identificou uma defasagem de 26,45% na folha de professores e professoras iguaçuenses, abrangendo de 2016 a 2024.

É como se o salário previsto em lei fosse uma pizza de quatro pedaços, em que um deles é subtraído pela não implementação do piso. A assessoria jurídica do Sinprefi, sindicato que representa a categoria, calculou o déficit ano a ano:

  • 2016: -1,52;
  • 2017: -3,66;
  • 2018: -4,81;
  • 2022: -4,95;
  • 2023: -11,12;
  • 2024: -0,39.
  • Total: 26,45%.

Sobre a pauta, a representação de professores já bateu à porta das secretarias de Educação e da Administração, e da Câmara de Vereadores. A reivindicação é por uma reunião com o prefeito Silva e Luna.

Piso salarial

As perdas acumuladas abrangem principalmente a gestão de Chico Brasileiro (2017–2024) e, se não forem estancadas, continuarão impactando negativamente o poder aquisitivo dos servidores do município. Brasileiro driblava a lei pagando salários abaixo do piso, valores que eram adicionados com completivo.

Problema é que completivo não é salário e não é contabilizado nos direitos laborais e previdenciários, nem acompanha a ascensão profissional da carreira. O pagamento do piso integrou a pauta das últimas greves.

Educadores mobilizados pressionaram os vereadores, em 2024, impedindo a aprovação de um projeto que liberava salário abaixo do piso previsto em lei. A proposição era de autoria de Chico Brasileiro (PSD), na ocasião.

Além do piso, a categoria quer debater diretamente com Silva e Luna outras pautas. “Desde o início de janeiro, o Sinprefi vem cobrando da nova gestão que implemente o reajuste do piso, inclusive valores em defasagem de anos anteriores”, expôs a presidente do sindicato, Viviane Dotto.

E elencou outras reivindicações. “Trabalhamos em defesa do reajuste integral para todos os professores e aposentados com paridade, além de que esta reposição seja implementada na tabela inicial”, finalizou.

Fala de valorização

Em janeiro, o prefeito veio a público reafirmar compromisso de sua gestão com a valorização dos professores da rede municipal. E anunciou que pagará o prêmio pelo desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que se arrasta do governo anterior.

“Nossa gestão trabalha para corrigir pendências do passado e, ao mesmo tempo, avançar no presente”, disse, via Agência Municipal de Notícias (AMN). “Contem com nossa transparência e empenho. Seguimos juntos pelo fortalecimento da educação de Foz do Iguaçu”, frisou.

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