Governo decide e anuncia gestão privada para 4 colégios de Foz do Iguaçu

Não houve quórum na consulta à comunidade escolar; representação dos educadores questiona decisão.

Sem quórum na consulta à comunidade, no começo do mês, quatro colégios de Foz do Iguaçu estão na lista divulgada pelo Governo do Paraná para integrar o programa Parceiro da Escola. A medida prevê a transferência da gestão dos estabelecimentos de ensino à iniciativa privada.

A gestão estadual levou à votação 177 colégios no Paraná, em que a inclusão no programa foi aprovada em 11 e rejeitada em 83 escolas estaduais; em outras 83 instituições de ensino não houve quórum, o mínimo de participação requerida na norma estabelecida pelo governo estatual. A consulta foi feita nos últimos dias 6, 7 e 9.

Os colégios estaduais em Foz do Iguaçu listados para integrar o Parceiro da Escola são:

  • Ayrton Senna da Silva;
  • Gustavo Dobrandino da Silva;
  • JK; e
  • Almirante Tamandaré.
Quatro escolas listas pelo governo para integrar o programa – foto: reproduação

Decisão questionada

O secretário estadual da Educação, Roni Miranda, dise quea implantação do modelo Parceiro da Escola será iniciada em janeiro. “Este é um modelo que já está dando certo nas duas escolas que receberam os projetos-pilotos e tenho certeza que estas 80 novas unidades terão sucesso com este formato.”

O Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR) ainda não emitiu decisão final sobre a aplicabilidade do Parceiro da Escola. E a representante dos profissionais da educação, a APP-Sindicato, considera que o Parceiro da Escola foi derrotado pela comunidade, argumentando que o governo não pode “impor” o programa colégios em que a proposta não foi colhida nas urnas, durante a consulta pública.

Gestão x privatização

O governo estadual argumenta que o Parceiro da Escola irá melhorar a gestão administrativa e de infraestrutura das escolas estaduais, por meio de empresas especializadas. Elas fariam atividades administrativas e a terceirização de serviços, como limpeza e segurança.

Para educadores, o programa significaria a privatização de escolas públicas, com transferência de recursos do erário para empresas. “Busca o lucro. As empresas receberão do governo R$ 159 milhões. E a separação entre gestão administrativa e pedagógica é uma falácia”, expõe a APP-Sindicato/Foz.

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