Em 2023, Foz do Iguaçu contabilizou 2.059 matrículas na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que representa uma oportunidade para aqueles que precisaram parar de estudar por algum motivo. Essa foi a quinta queda anual consecutiva na cidade, chegando aos 60,9% de diferença na comparação com 2018, quando foram efetuadas 5.266 matrículas.
Os dados são do Censo Escolar 2023, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), que também aponta a diferença entre os números das redes pública e privada no período.
Nas escolas geridas pelo poder público, que oferecem a gratuidade, a queda de matrículas foi de 72,1% em cinco anos. Por outro lado, nesse mesmo período, as instituições particulares registraram um aumento de 39%.
O levantamento também mostra que as faixas etárias mais jovens (de 18 a 19 anos e de 20 a 24 anos) foram as que tiveram as maiores reduções de alunos (respectivamente, 73% e 72% de queda no período).
A queda nas matrículas da EJA não é uma particularidade de Foz do Iguaçu. No Paraná, foi de 55,2% em cinco anos, diminuindo das 178.500 matrículas efetivadas em 2018 para 79.973 no ano passado. A diferença é bem mais brusca que a média nacional, que foi de 26,7% no período (de 3.545.988 em 2018 para 2.589.815 em 2023).
Para Maria Madalena Ames, secretária de Saúde e Previdência da APP/Foz, a situação é reflexo da política educacional adotada pela atual gestão do Governo do Paraná com o estabelecimento de colégios cívico-militares, que têm como uma das normas ou regulamento o não funcionamento do ensino noturno. “Essa medida levou ao fechamento de vários cursos, entre eles a EJA, tirando o direito de idosos e jovens trabalhadores concluírem os seus estudos”, explica.
A secretária reforça que esses centros de ensino recebem, principalmente, trabalhadores que não têm acesso nos horários considerados normais para integrar-se ao sistema educativo. Outro aspecto levantado é que a Secretaria da Educação (Seed) acabou com a forma flexível da EJA, que permitia aos estudantes a possibilidade de estudar de acordo com sua disponibilidade de dia, horário e disciplinas individuais. “Qual é o objetivo do governo em transformar a modalidade da EJA em EaD?”, questiona Maria Madalena.
Lamentável.
Mas tem uma explicação. Os votos dados ao Rato de Curitiba e aos militares somente vai piorar está situação.
Eu quando vejo um velho e bom amigo mudando de lado e atitude e apoiando o Ratinho Junior e o desprezível Ricardo Bastos chego a conclusão que podemos somente piorar.
Um pena. Parabéns pela matéria.
Parabéns ao redator do H2FOZ por uma conclusão errônea de que as escolas cívico-militares tiraram a oportunidade dos idosos do EJA. Eu, em 2023, fui monitor de uma escola Cívico-militar e professor do EJA. O que observei foi o fato de que muitos alunos indisciplinados e fora da faixa etária do ensino regular acabaram fazendo a matrícula no EJA e não concluíram o ano letivo. A maioria desses jovens deram preferência a continuar no mundo das drogas e não retornaram mais para a escola. Das minhas turmas do EJA de cerca de 25 alunos, em cada turma, apenas 10 se formaram, os demais desistiram. Sendo os alunos mais assíduos justamente os mais idosos. Outro fato a considerar é o de que o período noturno é mais perigoso, pois, geralmente, essas escolhas públicas ficam em lugares onde se concentra o comércio de drogas.