Em dois momentos, na paralisação de 5 de outubro e durante a greve nessa segunda e terça-feira (16 e 17), profissionais da educação municipal reuniram 1,5 mil educadores na frente da prefeitura, fizeram buzinaço na casa do prefeito Chico Brasileiro (PSD) e ocuparam a Câmara de Vereadores – em que requereram a demissão da secretária da pasta. Ainda assim, a pauta não foi vencida e segue para negociação com a administração.
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A categoria também expôs para a comunidade a realidade das condições de ensino em Foz do Iguaçu, revelando direitos atrasados e a necessidade de melhora do ambiente laboral. A greve demonstrou um número alarmante: 700 professores, agentes de apoio e funcionários de escolas municipais precisaram de afastamento médico, somente no primeiro semestre deste ano, ante 250 em 2022. A maior parte deveu-se a problemas psicológicos, frisou a representação da classe.
Após nova negociação com a gestão municipal, na manhã desta quarta-feira, 18, os educadores realizaram assembleia mais uma vez na frente da sede do governo e decidiram retornar ao trabalho. A volta às funções nas unidades de ensino ocorre sob estado de greve, pelo menos até 1.º de novembro, data agendada para o retorno do poder público à parte das reivindicações da classe.
Mesmo descontentes, os trabalhadores da educação suspenderam a paralisação para não haver maiores prejuízos à comunidade escolar e aos educadores, informou o Sinprefi, sindicato que representa a categoria. “Tínhamos esperança de que a administração avançasse nas propostas pendentes, em direitos represados, reajustes em aberto e condições de trabalho que estão adoecendo os professores”, disse Viviane Dotto, presidente da entidade classista.
O Sinprefi enumerou demandas que a comissão de negociação conseguiu garantir:
- vale-alimentação para todos os servidores da prefeitura, inclusive de outras categorias, que ganham até R$ 5,5 mil;
- aumento no valor de abono assiduidade aos educadores, benefício para quem não possui falta, licença ou atestado.
Reposição de aula, não falta
Um dos impasses que segue em debate é o pedido dos servidores da educação para que os três dias em que protestaram por melhores condições de trabalho e respeito a direitos adquiridos possam ter as aulas repostas, em vez de gerar faltas. Com isso, nem alunos nem profissionais da rede municipal sairiam prejudicados, argumentou o Sinprefi, que lembra que os trabalhadores possuem direito de greve assegurado em lei.
Na dívida
O sindicato informa que a implantação de direitos do Plano de Carreira do Magistério, que é uma lei municipal de 2015, pela proposta de Chico Brasileiro, só ocorrerá depois de uma revisão, prevista para terminar em março de 2024. O pagamento do prêmio do Ideb para professores da educação infantil e a profissionais aposentados, do período em que a prova foi aplicada, também só tem perspectiva quitação no próximo ano.
Lado da prefeitura
A administração comandada por Chico Brasileiro tem dito que a educação é a pasta com maiores avanços na atual gestão, a qual concedeu, desde 2022, 32,13% de reajuste salarial a professores municipais, conforme o governo. A área é a segunda com o maior orçamento municipal.
Oi.
Obrigada pelo apoio Paulo.