Educadores denunciam fechamento de turmas em colégios estaduais

Encerramento das classes de alunos resulta em lotação de turmas, sobrecarga e desemprego de professores.

Pelo menos 17 turmas de alunos já foram fechadas em colégios de Foz do Iguaçu e região, por meio de um processo instituído pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) chamado de “otimização”. A supressão das classes ocorre com o ano letivo em andamento e as aulas remotas iniciadas ainda em fevereiro.

Esse levantamento foi realizado pela APP-Sindicato/Foz, entidade que representa educadores de nove municípios da região. A extinção das turmas de alunos está sendo conduzida pelo Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu (NRE), órgão vinculado à Seed.

Turmas com menos de 25 estudantes são encerradas e agregadas a outras, resultando na lotação das classes. A medida compromete a qualidade da educação, dificultando o ensino e a aprendizagem. Ocorre o aumento do desemprego entre professores com contratos temporários, os PSSs, e os docentes são sobrecarregados de trabalho.

O professor Deni Iuri, do Colégio Estadual Barão do Rio Branco, de Foz do Iguaçu, ficou sabendo que perderia a classe de alunos devido à “otimização” imposta pela Seed e operacionalizada pelo NRE no meio da sua aula remota. “Sem programação, sem aviso prévio, praticamente chutado”, descreveu. “Uma falta de respeito conosco”, completou.

“Como eu continuo a minha aula? Como eu comunico [os alunos] que não estaremos mais juntos, se há cinco minutos estávamos corrigindo trabalhos?”, questionou o educador PSS. “Sinto-me muito desvalorizado e descartável”, desabafou o professor Deni Iuri, sobre a dissolução da turma.

Desorganização pedagógica

“Acontece um efeito dominó”, explicou o diretor da APP-Sindicato/Foz, Silvio Borges. “Turmas são fechadas e outras são lotadas de estudantes, comprometendo a qualidade do ensino. Agrava-se o desemprego entre professores temporários e, devido ao aumento do número de alunos por docente, os profissionais ficam sobrecarregados ainda mais”, denunciou.

Para o sindicato, a “otimização” é um instrumento de desorganização pedagógica e de desmonte do sistema público de ensino. “A turma está montada quando ocorre a ordem para o seu fechamento e a junção com outro grupo escolar. A autonomia das escolas, mais uma vez, é atropelada”, apontou o dirigente sindical.

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