Educadores acampam na prefeitura à espera de ‘proposta digna’ de Chico Brasileiro

Profissionais da rede municipal fazem paralisação e cobram melhorias nas condições de trabalho.

Em paralisação nesta quinta-feira, 5, profissionais da educação municipal de Foz do Iguaçu mantêm fechada a via pública em frente à prefeitura e adjacências. A categoria espera proposta do prefeito Chico Brasileiro (PSD) para 12 itens da pauta laboral.

Sem avanços em reunião, educadores batem à porta da prefeitura nesta quinta

Os servidores cobram melhorias nas condições de trabalho, fatores que são ligados à qualidade de ensino ofertada aos alunos e à saúde dos trabalhadores. E reivindicam o pagamento de abonos, referências por avanço na carreira e do Piso Nacional do Magistério.

Na frente do Palácio das Cataratas, a categoria cobra o gestor municipal: “professor na rua, prefeito a culpa é sua”. O funcionaliso afirma que o município deixou a situação chegar a esse ponto depois de oito meses de negociações sem avanços.

Ao sair de reunião de negociação com secretários municipais, nessa quarta-feira, 4, a presidente do sindicato da categoria, o Sinprefi, Viviane Dotto, endereçou a insatisfação da classe. “Exigimos que o prefeito Chico Brasileiro nos atenda e apresente propostas dignas à categoria”, disse.

Além de esperar uma proposta do gestor municipal, a categoria fará assembleia para definir os próximos passos do movimento. Os profissionais da educação municipal aprovaram a deflagração de greve, a partir de 16 de outubro, caso não sejam atendidos.

São 12 os principais pontos de reivindicação em negociação:

  • 1) condições de trabalho;
  • 2) autoritarismo na abordagem junto aos profissionais e elaboração de
    normativas (IDEB, escolha de turma, número de alunos em sala);
  • 3) excesso de alunos por sala, bem como falta de profissionais para apoio a
    crianças com deficiência;
  • 4) respeito aos direitos já conquistados (hora-atividade para todos os
    professores que atuam em sala de aula);
  • 5) ofensa à saúde mental dos profissionais da educação;
  • 6) duas referências (avanços na carreira profissional);
  • 7) Piso Nacional do Magistério;
  • 8) pagamentos referentes aos certificados de formação protocolados em
    2023 e pagamento dos retroativos desde 2022;
  • 9) concessão do vale-alimentação para toda a categoria da educação;
  • 10) aumento do abono assiduidade (benefício para profissionais com baixos
    índices de falta);
  • 11) repasses dos valores dispostos em lei, para a Foz Previdência; e
  • 12) transparência nas transferências de profissionais entre unidades escolares.

O que diz a prefeitura

Em nota, a administração afirmou que, de 2022 até agora, concedeu 32,13% de reajuste salarial a professores municipais. E que, “mesmo diante dos problemas enfrentados com a redução do ICMS e FPM repassados ao município, a categoria obteve ganho salarial real”.

A Secretaria da Educação, prossegue, é a pasta que teve o maior acréscimo de orçamento para pagamento da folha de pessoal. Conforme os números divulgados pela prefeitura, os valores foram de R$ 177 milhões, em 2021, para R$ 270 milhões, ao final de 2023.

“De acordo com dados da Administração, dos 32,13% concedidos aos servidores, 20,13% são referentes a reajustes salariais, concedidos de janeiro de 2022 a maio de 2023”, cita. Os outros 12% são oriundos do pagamento de quatro referências no plano de carreira dos profissionais da rede municipal. “Somente o piso do magistério elevou-se em 53% em função dos reajustes concedidos em 2022 (R$ 4.000,00) e 2023 (R$ 4.420,55)”, diz a nota.

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