Para educadores, não há segurança para a volta do ensino em sala sem controle da pandemia e vacinas.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior anunciou, nesta terça-feira, 4, a volta gradativa das aulas presenciais na rede estadual. O retorno será no formato híbrido, em instituições de ensino que ainda serão mapeadas, a partir da próxima segunda-feira, 10.
Conforme o governo, a retomada das aulas deverá acontecer paralelamente à vacinação dos profissionais da educação. Além disso, ocorrerá em “um momento de queda na taxa de transmissão e nos indicadores de contágio” do novo coronavírus.
A APP-Sindicato/Foz, que representa educadores de nove cidades da região, informou ser contra o retorno das atividades de ensino presencialmente. Para a entidade, a reabertura das escolas é segura somente com vacinação de grande parte da população e controle da pandemia.
Em nota, a APP enfatiza que há cerca de um ano existem protocolos considerados “seguros” pelos governos, mas que nesse período ocorreram duas ondas de alta da pandemia e novas variantes do coronavírus. “Houve colapso hospitalar, adoecimento e mortes”, continua.
Critérios
O Governo do Paraná instituiu três critérios para definir quais colégios devem voltar às atividades presenciais:
– os que ficam em cidade onde houve retorno da rede municipal de ensino e do transporte escolar;
– instituições onde há alunos em situação de vulnerabilidade e sem acesso a equipamentos digitais para atividades remotas; e
– colégios com maior número de professores fora do grupo de risco.
Os estabelecimentos de ensino deverão seguir protocolos que vão do uso de máscara ao distanciamento. “O retorno presencial não será obrigatório. Pais, mães ou responsáveis legais que desejem o retorno dos estudantes devem assinar um termo de autorização a ser entregue na instituição de ensino”, informou a Agência Estadual de Notícias.
Sem segurança
Além da lentidão para imunizar a população, a APP-Sindicato/Foz aponta como problemas na volta às aulas:
– aumento vertiginoso da circulação de pessoas;
– transporte público precário para adolescentes e jovens;
– estrutura física das escolas inadequada para o enfrentamento da pandemia; e
– falta de funcionários e professores.
O sindicato lembrou que a categoria aprovou “greve pela vida” caso haja retorno das aulas sem segurança. No comunicado, a APP-Sindicato/Foz cita que, no atual momento, “não há protocolo seguro para retorno das aulas presenciais”, afirmação do epidemiologista Lucas Ferrante, que elaborou um estudo para a entidade.
(Com assessorias e Agência Estadual de Notícias)
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