A epidemia de dengue em Foz do Iguaçu no ano passado foi a maior da sua história em notificações e mortes. E a cidade foi a segunda do estado com mais óbitos e casos confirmados. Era o caos pelo adoecimento e busca por serviços de saúde, que ficaram superlotados.
A grita geral era, então, por medidas efetivas de controle e assistenciais para aquele momento, e ações preventivas para conter a repetição da alta transmissão de arboviroses do Aedes aegypti em 2024. O ano começou com a população da cidade seguindo exposta e ameaçada pela doença.
Já são 5.705 notificações e 221 casos confirmados de dengue, mostra o mais recente boletim divulgado do ano epidemiológico que começou em agosto. As grandes regiões do Morumbi e da Vila C são as de maior incidência, por ora, concentrando mais de 50% das ocorrências.
Nesta semana, a prefeitura voltou a fazer os mutirões de limpeza e de conscientização das comunidades nos bairros. E sustenta aplicar multa por focos do mosquito encontrados que podem pesar R$ 11 mil no bolso dos proprietários de imóveis.
A partir de fevereiro, Foz do Iguaçu irá dispor de vacina contra a dengue, que será distribuída pelo Ministério da Saúde. Neste primeiro momento, será destinada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que está entre as de maior hospitalização pela doença.
É um reforço no enfrentamento ao vírus para cidades com mais de cem mil habitantes e com alta transmissão nos últimos dez anos. Mesmo que o Brasil seja um dos primeiros a oferecer o imunizante pelo sistema público, a indústria ainda não produz doses suficientes para atender à demanda.
Não havendo vacina para toda a população, os cuidados coletivos devem permanecer. Autoridades de saúde lembram que 75% dos focos de criadouros do mosquito estão nas casas, e eliminá-los segue como uma das principais medidas.
E a obrigação do poder público local não diminui. Se os índices de agora mostram a repetição do problema, fica a indagação se serão somente reprisadas as ações já adotadas no passado ou se a estratégia será encorpada com novas metodologias.
A gestão municipal deve esforçar-se por uma atenção permanente da comunidade contra o mosquito. Se não consegue, vale submeter a exame suas práticas de educação em saúde e avaliar se promove uma comunicação com empatia, a qual mantém um diálogo eficaz com os moradores, não de julgamento ou de transferência de responsabilidade.
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