Uso público, pesquisa, proteção e o Iguaçu entre os cinco melhores parques do mundo

Atratividade e diversificação das experiências de visitação, assim com a geração de “empregos verdes”, devem dialogar com demandas conservacionistas.

A gestão da visitação turística concessionada do Parque Nacional do Iguaçu (PNI), iniciada há mais de duas décadas, entra em outra fase com as operações da Urbia Cataratas S.A. O consórcio se sagrou vencedor da licitação do governo federal que garante 30 anos de contrato.

Poder público e concessionária têm em comum a proposta de inserir a unidade de conservação entre os cinco melhores parques do mundo. Duplicar o número de visitantes é outra meta. São previstos R$ 500 milhões em investimentos e R$ 3 bilhões gerados em múltiplas atividades.

Esse contexto enreda possibilidades e desafios. É desejo conectar pessoas, sem distinção de estrato social, à experiência que desperta a dimensão e a consciência de integralidade entre a condição humana e a natureza, o meio ambiente. 

Os referenciais de turismo na área natural devem seguir um nível ótimo de uso público. Com isso, busca-se dizer que visitação e conservação ambiental devem caminhar lado a lado, com a imperiosa observância aos limites que fauna e flora impõem nessa relação, o que inclui os ambientes intangíveis.

Atratividade e diversificação das experiências de visitação, assim com a geração de “empregos verdes”, devem dialogar com demandas conservacionistas. Essa agenda deve incluir a relação do Parque Nacional do Iguaçu com a comunidade e a educação ambiental.

O contrato estabelece 6% da receita operacional para custear ações de apoio em educação, comunicação e interpretação de projetos socioambientais, manejo de espécies e monitoramento. Iniciativas de integração com o entorno para desenvolvimento local também fazem parte.

No cenário atual, o chefe do PNI, José Ulisses dos Santos, chama atenção para a necessidade de maior envolvimento dos municípios lindeiros nas causas e projetos da unidade de conservação. E para a ampliação de pesquisas na reserva da Mata Atlântica.

A essas demandas, some-se que a comunidade local deve ser reforçada nas instâncias participativas. Como o Iguaçu não é uma “ilha”, espera-se a efetivação dos compromissos políticos, com a transição da gestão federal, para o revigoramento dos instrumentos de fiscalização, regulação e proteção do meio ambiente no país.

Os sentimentos que moveram Santos Dumont a pedir às autoridades públicas comprometimento com um parque para todos devem ser revisitados sempre. É esse espírito que deve guiar o uso público, a pesquisa e a conservação do quintal da casa do iguaçuenses aberto para o mundo.

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