A trajetória da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) começou em Foz do Iguaçu com apenas seis cursos 14 anos atrás. Hoje, são 29 graduações gratuitas, da saúde à filosofia, com engenharias, áreas da cultura e das políticas públicas, que incorporam ao meio universitário mais de 1.400 vagas a cada ano.
É um caminho não linear, de desafios e solavancos. Não raras vezes, a instituição pública de ensino superior é apanhada por conflitos pretensamente ideológicos que, na maioria das vezes, não passam de retóricas maniqueístas desvinculadas de realidade e bom senso, ou de verbo para compor projetos político-eleitorais que vêm e vão.
Os números ajudam a demonstrar a contribuição da universidade. Com a Unila, Foz do Iguaçu se tornou um polo de formação de médicos, que vão atuar em municípios brasileiros e de outros países. É uma vantagem extraordinária para uma cidade que enfrenta enormes desafios na assistência à população e que, ao mesmo tempo, enxerga a área de saúde como uma frente de oportunidades no futuro.
Criar condições para reter profissionais, ampliar o número de especialistas, fomentar pesquisas e projetos nas comunidades, por outro lado, deve ser preocupação na ordem do dia dos atores responsáveis por propor, planejar e executar políticas públicas no município. Cada médico formado que deixa a cidade soa como alerta de que o tempo corre.
Dados reunidos no relatório institucional “Unila em Destaque”, trazido a público pelo H2FOZ, ajudam a desfazer mitos e a mostrar o dinamismo, a capilaridade e a relevância das áreas do conhecimento abarcadas pelas graduações. Nessa lógica de prestar contas, um bom exemplo são os cursos de graduação que mais aprovam acadêmicos.
O curso de Relações Internacionais é o com o maior número de concluintes, 241. Em seguida, Medicina diplomou 203 médicos, e Cinema e Audiovisual somou 166 egressos. A lista (veja aqui) com mais formados pela Unila avança com cientistas da economia, sociólogos, biólogos, engenheiros e profissionais em desenvolvimento rural e segurança alimentar.
Afasta-se qualquer interpretação de ranking, já que cada graduação cumpre o seu papel dentro do planejamento estratégico, que projeta entregas para a sociedade, caminhos e expansão da instituição. Como ocorre em qualquer universidade, o número e o preenchimento de vagas, a permanência acadêmica e a conclusão variam, atrelados a múltiplos fatores.
Certo é que Foz do Iguaçu pode orgulhar-se de formar, de graça, com o status de uma federal, de historiadores a químicos e físicos. E não só. As licenciaturas adquirem um valor ainda maior no atual período em que há a preocupação com um hipotético “apagão de professores” no país. A Unila forma docentes que formam profissionais das demais carreiras.
Mostra o recente censo oficial da educação superior que o país tem 2.595 instituições abertas, das quais 120 são universidades federais. A rede privada, segundo o levantamento, concentra 78% do número de universitários. É mais um indicador do papel estratégico que a Unila cumpre, desde Foz do Iguaçu, no centro da América do Sul.
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