Se para a população de uma cidade o começo de mandato é tempo de esperança e espera por melhorias, o último ano do prefeito suscita expectativas de outra ordem. Preservar a institucionalidade e o erário da agenda eleitoral do continuísmo é uma dessas preocupações.
Em 2024, Chico Brasileiro (PSD) será submetido a essa prova. Suas decisões à frente da administração passarão pela vigilância de opositores e da comunidade consciente de que a coisa pública não deve acudir os projetos dos que ocupam, por um tempo, o Palácio das Cataratas.
Antes da lupa de grau ampliado, ainda nesta virada de ano, o concluinte da gestão deverá prestar contas de realizações. E convencer, caso queira cumprir papel relevante no processo de alternância do poder, ao qual o eleitor será chamado, e se ambiciona voltar a cargo eletivo no futuro.
Prefeito há sete anos, sendo um dos dois únicos gestores que receberam a confiança do iguaçuense com a reeleição, desde a redemocratização, o sarrafo da avaliação popular tende a ser mais elevado. E não deve ser diferente.
Sopesar as entregas aos moradores trará o resultado que ajudará a demarcar o lugar do atual prefeito no torvelinho das urnas. Há quem cobre por legado. Em Foz do Iguaçu, padrinhos já viram a condição de puxador de votos tornar-se um sujeito oculto nos santinhos de seus apoiados.
Se a repetição é a história como farsa, o tempo será melhor juiz. Por ora, alguns movimentos podem servir de conselheiros. Chico perdeu a presidência da Câmara de Vereadores em uma eleição considerada “ganha”. E viu seu ex-aliado do cargo cruzar a rua que leva e traz da oposição.
Dois dos mais fidedignos vereadores da bancada de apoio do prefeito, que entregam votos e articulações na Casa de Leis – e são do mesmo partido de Chico Brasileiro –, arrastam passos para outros grupos políticos que se organizam para a eleição. Mas seguem sendo governistas até aqui.
Odontólogo da prefeitura, de mobilizar-se com servidores, no passado, o prefeito viu professoras em uma contundente greve contra o governo, com buzinaço na frente da sua casa. Outras categorias, de educadores sociais a guardas municipais, seguem no fel com a municipalidade.
Ainda que exerça o controle político da Câmara desde que assumiu o cargo, com uma base que garante previsibilidade, Chico Brasileiro não pôde evitar uma CPI em tema crucial, o do transporte coletivo. Se a apuração não começou, a mensagem é categórica acerca dos riscos no trajeto.
Ano que entra é a hora do balanço para todo agente político. Com mandato no fim, pesará mais sobre Chico Brasileiro o conjunto dos últimos sete anos do que a lista de pretensões para os próximos 366 dias de 2024. Com quem chegará é uma incógnita.
Acabou com uma das ongs que mais ajuda a Foz do Iguaçu a Provopar e não fez nada pra suprir a falta da mesma…