A prefeitura anuncia adequações em mais cinco linhas de ônibus quando o transporte coletivo de Foz do Iguaçu completa seis meses sob operação da Viação Santa Clara. A empresa assumiu o serviço na metade de março para cumprir contrato emergencial de um ano, após ter sido declarada extinta a concessão anterior.
O que foi prometido como um “novo transporte público” confirma-se como um remendo. As ações do poder público são para suprir as deficiências do atual contrato, principalmente devido ao número inadequado da frota, incialmente de 64 ônibus e elevada paulatinamente para 94 carros, além de mudanças pontuais conforme reclamam os passageiros.
E as reclamações da parte dos usuários são muitas e constantes, principalmente envolvendo ônibus lotados e demora entre a passagem de um veículo e outro. Nesses seis meses, o preço da tarifa aumentou para R$ 5 e R$ 4,50, respectivamente para quem paga o bilhete com dinheiro e no cartão.
Em um modelo em que todo o ônus recai ao contribuinte, a prefeitura diz entregar por semana R$ 300 mil do dinheiro público à Santa Clara. Esse valor, conforme a matemática da gestão municipal, é necessário para suprir a diferença entre o custo para os ônibus rodarem e a arrecadação da tarifa.
A pedido do prefeito Chico Brasileiro (PSD), a Câmara de Vereadores, com votos da bancada de sustentação da administração, aprovou dois projetos para repasse de recursos do município à empresa de ônibus, de R$ 6 milhões e R$ 4,3 milhões, e mais R$ 4 milhões estão previstos dos cofres federais. De acordo com a prefeitura, o contrato iniciado em março consumirá mais de R$ 14 milhões em 2022.
A reflexão sobre a qualidade do transporte coletivo em Foz do Iguaçu é imprescindível de ser feita dentro da Semana Nacional do Trânsito. O serviço é fator determinante nas políticas públicas de mobilidade, na perspectiva de tornar o trânsito, ou seja, os deslocamentos nas cidades, mais eficientes, seguros e que privilegiem as pessoas, com menos carros e mais soluções sustentáveis nas ruas.
Mais ainda, transcorrida a metade do contrato emergencial da Viação Santa Clara, acende-se o alerta para o tempo restante à elaboração da nova licitação. São seis meses para estudos técnicos, preparação de documentos, publicação do edital, seleção e formalização do contrato com a empresa vencedora.
E, muito importante, o processo da nova licitação deve garantir o amplo debate e a transparência em todos os procedimentos. Afinal, o morador de Foz do Iguaçu não pode ser chamado apenas para pagar a conta do transporte coletivo, seja pela tarifa cara para um serviço sempre questionável ou na forma do subsídio público que é arcado por toda a população.
A prefeitura anuncia adequações em mais cinco linhas de ônibus quando o transporte coletivo de Foz do Iguaçu completa seis meses sob operação da Viação Santa Clara. O que foi prometido como um “novo transporte público” confirma-se como um remendo.
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