As contas e conjecturas eleitorais com vistas à disputa da Prefeitura de Foz do Iguaçu começaram a ser desenhadas antes mesmo de terminar a festa dos vencedores e o choro dos vencidos nas eleições deste ano. O resultado das urnas sacudiu o tabuleiro político iguaçuense e deu a senha para a corrida de 2024, quando se escolherá prefeito e vereadores.
Se eleger Rosa Maria (MDB) ao Legislativo estadual, o que não aconteceu, era o trampolim para o projeto de sucessão municipal, o grupo político de Chico Brasileiro (PSD) foi o principal derrotado do pleito de 2 de outubro. O atual prefeito e seus aliados assistem ao agrupamento de forças no campo oposto, que reúne desde novos protagonistas a desafetos.
O deputado federal reeleito Vermelho (PL) avisa que seu time já começa a planejar as próximas eleições. Essa área do tabuleiro é frequentada por figuras como Matheus Vermelho (PP), eleito para a Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (ALEP), o ex-prefeito Paulo Mac Donald Ghisi (Podemos) e o vice-prefeito Francisco Sampaio (União Brasil).
Sem grande desempenho eleitoral em Foz do Iguaçu, mas com expressiva votação no Paraná, Giacobo (PL) tem capital político para concentrar em torno de si um projeto para o Palácio das Cataratas. Há iniciativa que parte de seu entorno sendo gestada, a medir até onde alcançam os compromissos do parlamentar com a administração municipal.
Deputado estadual até 31 de dezembro, Soldado Fruet (PROS) viu sua votação na cidade murchar e cair à metade, placar que pode exigi-lo na disputa majoritária por sobrevivência política. Sidnei Prestes (Republicanos) e Ranieri Marchioro (PTB) receberam votos que os mantêm, por ora, no nível intermediário do jogo. Novato nas urnas, Luciano Alves (PSD) herda bom desempenho.
A eleição não trouxe novidade no chamado campo progressista quando as contas envolvem a disputa pela prefeitura. O papel do PT iguaçuense, o maior dessa região ideológica, vincula-se fortemente ao resultado das eleições presidenciais e suas implicações no xadrez local, bem como à disposição da sigla para constituir uma jogada própria.
A Câmara Municipal deve ser um ambiente de articulações e movimentos. Primeiro porque há entre os edis pretendentes ao nome da continuidade da gestão de Chico Brasileiro. Depois, ao chegar à metade do mandato, os vereadores começam a fazer projeções sobre suas próprias condições de reeleição, o que pode levar a buscas por novas acomodações.
No jogo bruto da política, o momento não é de xeque-mate, mas de acumulação de forças e de ensaio de jogadas. Que todos os lances e apostas sejam para melhorar as condições de vida da população e a própria cidade, que conta com amplas potencialidades naturais, sociais, culturais e econômicas.
Comentários estão fechados.