Pedágio nas pontes internacionais tem novo leilão fracassado

Leia a opinião do portal sobre a proposta de cobrança de pedágio em pontes internacionais e o impacto na região de Foz do Iguaçu.

Em três meses, dois fracassos seguidos. O leilão de uma das pontes internacionais entre o Brasil e a Argentina não despertou o interesse de empresas, o que poderia liberar a fila para outras concessões, isto é, viabilizar a cobrança de pedágio em vias binacionais.

Não houve participantes no certame em Foz do Iguaçu, no último dia 4, em que o governo federal pretendia levar a torra a gestão da ponte internacional que liga São Borja (RS) e a argentina Santo Tomé. O edital será refeito. A região trinacional acompanha com expectativa.

Isso porque as pontes da fronteira figuram na lista do Ministério dos Transportes para possíveis concessão e cobrança de pedágio: da Amizade, Tancredo Neves e da Integração. São conexões do território brasileiro com os vizinhos paraguaios e argentinos.

As vias são o elo de uma experiência de integração singular na América do Sul, com povos e cidades cooperando e provendo trocas diárias. Onze localidades em um raio de 50 quilômetros, entre Argentina, Brasil e Paraguai, têm, juntas, um milhão de moradores e R$ 82 bilhões em riquezas, revela o estudo Foz em Números.

Somente na Ponte da Amizade, a catraca que se poderá instituir restringirá o vaivém diário de 103 mil pessoas e 45 mil veículos. São moradores fronteiriços, turistas e estudantes que se descolocam pelos países, fomentando alternativas de renda e integração.

A concessão segue um rito conhecido: primeiro, vem a falta de cuidados. A ponte entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, por exemplo, sofre com a iluminação precária, o que gera insegurança e depõe contra a fronteira, enquanto as autoridades se fazem de surdas aos apelos da região.

A falta de informações e de diálogo do governo central brasileiro com os interlocutores da região trinacional também é desmedida. Entrega, no mínimo, a falta de destreza do governo para lidar com a pauta e que os tecnocratas de Brasília desconhecem a dinâmica destas paragens.

Igualmente, agentes políticos da cidade, nos parlamentos e órgãos executivos, seguem alheios a esse debate, enfiando a cabeça na areia como se assim o problema não existisse. Muitos deles preferem os assuntos de interesse unicamente partidário ou de grupelhos.

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