A polêmica em torno do projeto que pretende dar outro nome para a Ponte Internacional da Integração Brasil-Paraguai remete a um debate que deve ir além das simbologias ou escolhas de personalidades a serem gravadas em obras públicas. Ela faz debater-se a dimensão política de Foz do Iguaçu nas instâncias estadual e nacional.
Não é a primeira vez que o oportunismo cai de paraquedas na fronteira com decisões para Foz do Iguaçu sem que um único segmento local tenha sido consultado. Com sua proposta de mudar o nome da segunda ponte, o deputado Evandro Roman (Patriota), que já granjeou votos iguaçuenses com o endosso de muitas lideranças políticas da cidade, é mais um a querer decidir sem ouvir a comunidade.
Há pouco tempo, quem não recorda, o deputado federal Sérgio Souza (MDB) propôs uma emenda para simplesmente dissolver a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), criando em seu lugar uma nova instituição de ensino superior com outro foco de atuação. A comunidade acadêmica e a cidade reagiram, e a ideia não prosperou.
Outro exemplo: as audiências públicas sobre a reabertura ou não da antiga Estrada do Colono, promovidas institucionalmente nas localidades vizinhas em 2019, não chegaram a Foz do Iguaçu. Por qual razão, já que a cidade está diretamente vinculada a esse debate, porque entre outros motivos o Parque Nacional do Iguaçu e as Cataratas fomentam o turismo não só iguaçuense como também o das Três Fronteiras, fonte de renda e empregos?
No momento atual, Foz do Iguaçu vê ressurgir com força a figura política que se coloca como o elo aos recursos estaduais, o que traz o cheque por ser fiel interlocutor do Poder Executivo. É como se a cidade, uma das mais importantes do Paraná e do Brasil, fosse menor do que este ou aquele deputado.
O antídoto para o oportunismo não é outro senão a cidadania. Nada é mais forte do que uma comunidade consciente de seus direitos, ativa, participante na vida política e com autonomia para decidir sobre todos os assuntos que são de seu interesse.
Não é a primeira vez que o oportunismo cai de paraquedas na fronteira com decisões para Foz do Iguaçu sem que um único segmento local tenha sido consultado.
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