Novo pedágio e a duplicação da BR-277

Leia a opinião do portal sobre o retorno do pedágio e as obras urgentes na BR-277.

Nos próximos dias, será anunciada a concessionária que ficará responsável pela exploração das rodovias da região, com a cobrança de pedágio em troca da oferta de serviços, manutenção e obras nas pistas. O término da duplicação da BR-277, entre Foz do Iguaçu e Cascavel, está posto como a bola da vez.

Essa reivindicação do Oeste ficou sem resposta por um quarto de século, período em que durou o modelo de concessão anterior, encerrado em 2021. O marco temporal pode ser traduzido em perdas de vidas, insegurança no trânsito, custos e e prejuízos financeiros. E altos lucros para pedageiras.

A BR-277 é crucial para o comércio, turismo, indústria, produção agrícola e transporte internacional. Ela liga a região fronteiriça da Argentina, Brasil e Paraguai a grandes centros consumidores e produtores, aos portos e à capital, a cidade de Curitiba.

A história do pedágio começa com o ex-governador Jaime Lerner. Em 1997, a promessa era de desenvolvimento e modernização contratual de entes públicos e privados. O desfecho, porém, foi controverso, incluindo a prisão do núcleo duro de Beto Richa, que também governou o estado.

Em 1998, Lerner prometeu que a duplicação da BR-277, desde a fronteira, começaria com a implantação do pedágio. No mesmo ano, pela reeleição, ele reduziu as tarifas. As empresas deixaram de cumprir obras previstas. Após as eleições, o custo foi repassado aos usuários, mas as obras não foram feitas.

Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) concluíram que as concessionárias executaram apenas a metade das duplicações previstas nos contratos ao longo de 24 anos de arrecadação. Seis concessionárias excluíram 33 obras, via acordo, os aditivos, firmados com o governo estadual.

O déficit de grandes obras – algumas realizadas tardiamente, por meio de acordos de leniência com a Justiça – não impediu que a cobrança de pedágio continuasse, incluindo valores embutidos nas tarifas para obras de duplicação que não foram executadas. Isso ocorreu por meio do chamado “degrau de pista dupla”, termo técnico utilizado para mascarar a cobrança indevida.

A duplicação integral da BR-277 entre Foz do Iguaçu e Cascavel continua sendo uma cobrança. E ao poder público e órgãos de controle, cabe adotar medidas de transparência e fiscalização para garantir que a história não se repita com as novas concessões e pedágios.

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8 Comentários
  1. Frederico Diz

    Eu não sou contra o pedágio, desde que sejam cobrados valores justos mas eu acho que deveriam primeiro executarem as obras, pois não é justo pagarmos por um serviço que não usufruímos, ou seja primeiro que façam a execução da obra, e depois que realizem as cobranças com preços justos.

  2. Gabriel Angelli Diz

    Com o Dólar superando os R$ 6,00, e pedágios na 277, vai ficar mais barato comprar no comércio da 25 de Março ou Saara.

  3. Regis Dias Diz

    Essa estorinha de obras nós já sabemos o final. Pagaremos um pedágio caro e a contrapartida será zero. Sempre a mesma conversa fiada para assaltar o bolso de quem usa a rodovia. Eu só gostaria de saber quem recebe a mala preta.

  4. Luiz Celso Vani Moretti Diz

    Para quem direge a noite com chuva e neblina tem que ter olho de Gato,principalmente pista simples

  5. Douglas Diz

    Eu acho que os pedágios até cascavel deveriam ser um valor baixo tipo 5 ,00 pq afinal nós estamos pressos aqui e não há rota alternativa,se a pessoa precisa ir a cascavel toda semana ou faz um tratamento precisa além de estar doente, desembolsar um valor alto não vejo justificativa para os pedágios ser tão caro se em SC e barato e tudo duplicado

  6. Mauro resende Diz

    De fato uma injustiça pagarmos por serviço não realizado e pagamos caro uma vergonha este sistema de políticas normalmente se oferece serviços de boa qualidade para depois ser cobrado mais infelizmente esta nossos políticos como sempre assim q aje alguém está sendo beneficiado e não é os usuários infelizmente

  7. Alex Miguel Diz

    O anúncio da nova concessão com a conclusão das obras da duplicação da BR 277 entre Foz e Cascavel trazem esperança, porém ao mesmo tempo dúvidas e desconfianças, pois até agora não encontrei informações quanto ao cronograma de cada obra, tampouco o valor de referência das tarifas de pedágio. Espero que não tenhamos que aguardar muito tempo para usufruírmos dessas obras e que o pedágio tenha um preço justo, ainda mais considerando que boa parte do trecho já está duplicado, então em grande parte a nova concessionária terá apenas trabalhos de manutenção para executar. Então qualquer valor acima de R$ 10 para o trecho que já está duplicado poderá revelar o prenúncio de mais algumas décadas de falcatrias. Ficamos atentos!

  8. Ronaldo Diz

    Cascavel é uma cidade Pólo. Temos a 163 e a 467 duplicadas, com a duplicação da 277 falta duplicar a 369 até Corbélia .

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