A Semana Nacional do Trânsito em Foz do Iguaçu chegou ao fim neste sábado distribuindo e enfatizando a importante mensagem de que no trânsito a responsabilidade de cada um salva vidas. Como um evento que é, essa programação leva à necessária análise sobre a política pública adotada e o trabalho na área realizado ao longo de todo o ano.
Isso porque processos de conscientização para a mudança de comportamentos, condutas e práticas devem ser sistemáticos, permanentes e cotidianos. Os números assim exigem, como mostram os dados da Câmara Técnica de Trânsito.
Neste ano, até agosto, a cidade registrou 14 óbitos em decorrência de acidentes de trânsito, 1.700 acidentes em vias do município e outros 130 nas rodovias que cortam Foz do Iguaçu. Em 2020, mesmo com a diminuição da circulação de pessoas e veículos, efeito da pandemia, o número de mortes manteve-se elevado, conforme a autarquia iguaçuense de transporte e trânsito.
E trânsito é muito mais do que o deslocamento de pessoas e veículos, ele relaciona-se à dinâmica da vida social de uma cidade e, portanto, está diretamente ligado à qualidade de vida. Um levantamento exclusivo do H2FOZ revela que Foz do Iguaçu conta com 203 mil veículos emplacados na cidade, ante uma população estimada em pouco mais de 270 mil pessoas.
A essa frota deve ser acrescentada a circulação de veículos das cidades da fronteira e da região, além dos visitantes que turistam de carro por Foz do Iguaçu. Esses são alguns elementos para inserir na reflexão a temática da mobilidade urbana, pois algumas demandas nessa área são inadiáveis e exigem solução.
Alguns exemplos: integração de modais, o que ampliaria o espaço da bicicleta até como complemento ao serviço de transporte público; sinalização funcional e inteligente; incremento do transporte alternativo; e infraestrutura para melhor conectar as regiões da cidade. Vale incluir a maior transparência no manejo dos recursos provenientes das multas para serem investidos em melhorias no sistema de transporte e trânsito, o que inclui educação e prevenção.
E, certamente, o transporte coletivo precisa de uma solução. Um ano e meio após a incidência da pandemia, passageiros seguem sendo obrigados a utilizar ônibus cheios, que demoram a passar e quem custa caro. O serviço, que já era alvo de muita reclamação, tornou-se ainda mais questionado.
Se no trânsito a responsabilidade individual pode proteger vidas, ações governamentais assertivas são capazes de tornar a cidade mais humana e melhor para quem nela vive e trabalha.
Processos de conscientização para a mudança de comportamentos, condutas e práticas devem ser sistemáticos, permanentes e cotidianos.
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