Foz precisa revigorar a economia e promover a geração de emprego

Em meio a crise, se aumenta o desemprego, cresce o número de microempreendedores individuais.

Contrariando leituras apressadas que possam sugerir motivo de comemoração, o aumento expressivo no número de microempreendedores individuais em Foz do Iguaçu reforça a necessidade de ações do poder público para revigorar a economia e promover a geração de emprego.

O total de MEIs cresceu 37% no ano passado, em meio à pandemia. Em 2019, 3.952 pessoas se tornaram microempreendedores individuais na cidade, subindo para 5.432 novas constituições em 2020. Os dados fazem parte de reportagem especial do H2FOZ, produzida pela jornalista Denise Paro.

A tendência de aumento dos microempreendedores segue em 2021. Até julho, surgiram dois mil MEIs em Foz, de um total de 2.579 empresas de todas as modalidades. Os segmentos mais procurados por quem abriu um microempreendimento neste ano foram as vendas, transporte terrestre e obras de alvenaria.

Consultor do Sebrae, ao analisar o cenário, atribui o crescimento ao momento de crise, sintetizando a conta: se aumenta o desemprego, cresce o número de microempreendedores individuais.

No ano passado, em que foi registrado o crescimento exponencial de novos microempreendedores individuais, Foz do Iguaçu fechou no vermelho com a perda de 4,5 mil empregos com carteira assinada.

No primeiro semestre deste ano, o saldo foi de 950 empregos formais, sendo que em junho, último mês de divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, o Caged, a cidade patinou, com somente 48 postos de trabalho criados.

Gerar emprego de forma contínua e sustentada continua sendo uma necessidade para Foz do Iguaçu.

Para acrescentar ao debate, a fim de melhor dimensionar o tamanho desse desafio, cresceu em 28% o número de iguaçuenses na pobreza extrema, durante a pandemia, conforme a Secretaria de Assistência Social. São pessoas sobrevivendo com renda familiar de R$ 0 a R$ 179 per capita.

Gerar emprego e renda, diversificar a economia e ampliar a abertura de negócios para aumentar a arrecadação – e, assim, investir na cidade para melhorar a qualidade de vida das pessoas –, tudo isso deve fazer parte de um projeto. Projeto que neste momento não está visível em Foz do Iguaçu.

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