O jornalista de Foz do Iguaçu Luciano Alves assumirá o mandato de deputado federal, com a nomeação de três parlamentares eleitos no último pleito a cargos no primeiro escalão do governo do Paraná. O profissional da comunicação é o terceiro suplente do seu partido, o PSD, tendo obtido 24.865 votos, 18.639 deles no município.
Em Brasília, Luciano Alves irá somar-se aos deputados federais Giacobo e Vermelho, que são do PL, ambos com título eleitoral e base política em Foz do Iguaçu. Desse modo, será conformada uma tripla representação da cidade, considerando o domicílio, que seria de difícil previsão antes do escrutínio de 2022, por causa da fragmentação de votos.
Já em Curitiba, o deputado Matheus Vermelho, do PP, tem o papel de atuar pela cidade fronteiriça na Assembleia Legislativa. Portanto, Foz do Iguaçu passará a ter quatro representantes nos legislativos federal e estadual, instâncias de fiscalização do Executivo e de debate dos grandes temas, mas também de deliberações que impactam localmente.
Por consequência, o momento é oportuno para “elevar-se o sarrafo” no campo da institucionalidade política. São inúmeros os desafios para que sejam desfeitas, de modo definitivo, todas e quaisquer travas ao crescimento de Foz do Iguaçu e à melhoria da qualidade de vida do morador.
Há graves problemas na saúde, como a enorme fila para diferentes procedimentos, e o Hospital Municipal enfrenta solavancos de financiamento e gestão. O trânsito fronteiriço encontra barreiras, o que exige a incorporação de atores governamentais na busca de soluções. Estudo mostra estagnação econômica de Foz do Iguaçu em relação a cidades vizinhas, como reportou o H2FOZ.
O modelo de pedágio, decisão compartilhada entre as esferas federal e estadual, impactará fortemente as Três Fronteiras. Note-se que o turismo por via rodoviária exerce peso na economia de Foz do Iguaçu. Rota de escoamento da safra dos vizinhos, a cidade paranaense é a mais distante do Porto de Paranaguá e está conectada aos grandes centros pela BR-277, que deverá receber as catracas.
Quem diz que Foz do Iguaçu tem demandas de cidade grande não está errado. Assim, posições pequenas não são modificadoras da realidade. A figura do “deputado despachante”, restrito aos pedidos do varejo, ou do que aparece de tempos em tempos no outdoor com “cheque” para determinado setor, não corresponde à grandeza do município nem às exigências do momento.
Os representantes eleitos têm a obrigação de exercer seus mandatos com base no interesse coletivo, e as lideranças locais devem ser vigilantes na cobrança e atuantes na apresentação de pautas. Já o cidadão tem o papel de acompanhar e fiscalizar os representantes. Nunca é demais reafirmar: entre a Foz do Iguaçu que hoje somos e a que gostaríamos de ser estão as decisões políticas.
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