Foz do Iguaçu tem muito a dizer sobre convivência e harmonia entre povos – ainda que sejam limitados os canais para o encontro entre pessoas de etnias e nacionalidades diversas que aqui vivem. Coexistir pacificamente de forma cotidiana, pois, invoca a abordar a paz em tempos de guerra.
Os últimos dias são de aflição para a comunidade palestina iguaçuense, de aproximadamente 200 pessoas, assim como para toda a grande colônia árabe, a qual reúne 12 mil imigrantes e descendentes. Angústia deve ser também o sentimento de quem é imbuído de valores humanitários, onde as vidas, todas elas, devem ser preservadas acima de tudo.
O avanço militar de Israel, que argumenta enfocar o combate no Hamas, esboça o risco de destruição e perdas de vidas sem comparações na densamente povoada e empobrecida Faixa de Gaza, a julgar pelos primeiros efeitos da operação. A dificuldade do governo federal de retirar um pequeno grupo de brasileiros da região bem ilustra a condição dos palestinos.
“A situação é catastrófica, com bombardeamentos implacáveis e um aumento maciço no deslocamento de crianças e famílias. Não existem locais seguros”, afirmou a diretora Executiva do UNICEF, Catherine Russell. Ela pede cessar-fogo imediato e acesso à área para o envio de ajuda às famílias em Gaza. “Existem regras de guerra”, requereu.
No contexto de um território em disputa, em que um dos lados cobra há pelo menos sete décadas o direito à autodeterminação e a um Estado amplamente reconhecido, são incontáveis as demonstrações de solidariedade à população árabe e palestina em Foz do Iguaçu. Sempre acompanhadas de pedidos por paz, para além das cores e bandeiras nacionais.
Voltando um pouco no tempo, foi assim em 2001 com a resposta da cidade e das Três Fronteiras às acusações jamais comprovadas de que a região manteria relação com o terrorismo, no calor da reação das grandes potências mundiais pelo “11 de Setembro”, nos Estados Unidos. A comunidade trinacional respondeu com o megaevento Paz Sem Fronteiras.
Do Gramadão da Vila A, ecoou a mensagem da convivência pacífica e do respeito a todos os jeitos de pensar e de viver. Não sem antes Foz do Iguaçu ser vítima de notícias falsas que percorreram países, derrubando, como exemplo, em 30% o movimento turístico, conforme mensurou reportagem do jornal Folha de Londrina na época.
Mais recentemente, em 2021, a comunidade árabe em Foz do Iguaçu realizou ato de solidariedade ao povo palestino após acirramento dos ataques militares promovidos por Israel. Em 14 de maio daquele ano, as bandeiras do Brasil e da Palestina foram projetadas na cúpula da Mesquita Omar Ibn Al-Khattab.
O escritor israelense Amós Oz indica a prudência como imunizante para não deixar-se transformar em um fanático ao tentar combatê-lo. A razão humana requer o diálogo e a obediência irrestrita às normas comuns, como prevenção e contenção a toda forma de fundamentalismo, seja religioso, estatal ou belicoso.
É muito bom e reconfortante saber que nossos árabes e muçulmanos não fazem parte do Hamas! Assisti na internet os assassinatos e as degolas de crianças e fiquei apavorada.
Curioso que eu quase não vejo um palestino criticando o grupo terrorista Hamas. Por outro lado, é possível ver judeus com uma pluralidade de opiniões, inclusive criticando o próprio Estado de Israel.
Que respeitem Israel,não sejam militantes de grupos terroristas.
Não se vê uma única manifestação muçulmana sobre os atos hediondos do Hamas, seja pelas autoridades religiosas constituídas seja por parte da população que, veja só, gozam dessa liberdade em solo brasileiro! Alguma nota sobre o assassinato de cristãos, homossexuais, espancamento de mulheres? Ah claro, nada disso é o Islã! Mas enquanto os próprios muçulmanos não se posicionarem contra essa barbárie não há como não associá-los como apoiadores desses crimes. A base de uma nação democrática reside no direito a manifestação de pensamento e principalmente na liberdade, por isso o cenário encontrado em Foz não deve ser comparado a outros locais onde essas premissas não são respeitadas!