Foz do Iguaçu não conseguiu recuperar os 5.041 empregos que derreteram em 2020, no auge dos efeitos econômicos causados pela pandemia. No ano passado, mesmo com a recuperação que veio com a retomada das atividades, foram criados 4.228 postos de trabalho.
No balanço, 2021 fechou com um déficit acima de 800 vagas em relação às demissões do ano anterior. São dados do Novo Caged, que é o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, ferramenta do Ministério da Economia que mede a oferta de trabalho com carteira assinada.
No Paraná, 367 dos 399 municípios tiveram saldo positivo de emprego em 2021. A vizinha Cascavel consolidou-se como um polo regional, figurando entre as 50 cidades que mais empregaram no Brasil durante o ano passado.
O setor privado de Foz do Iguaçu fez sua parte. Hotéis tradicionais, grandes redes e novos empreendimentos no ramo contrataram pessoal, igualmente os atrativos turísticos, o pequeno comércio e o setor de varejo – que sofreu com restrições dos primeiros meses do ano. O resultado pôde ser visto no segundo semestre.
A recuperação parcial do emprego no ano passado embalou o discurso e a propaganda oficiais, que na maioria das vezes se perderam no ufanismo ou na falta de link com a realidade. O ponto que permanece, porém, é a ausência de um projeto objetivo e efetivo de geração de emprego – de mais e novas vagas – por parte do poder público municipal.
Some-se à não recuperação plena dos empregos suprimidos na pandemia a informalidade. Os dados do Caged não medem a quantidade de iguaçuenses que ganham o sustento sem direitos sociais, em bicos ou atividades precárias, problema histórico na cidade. Nem mesmo o número de desempregados.
Há particularidades em Foz do Iguaçu, é certo. Mas elas não podem ser apenas lembradas quando é para vender a imagem de uma cidade “diferentona” das demais. Sua condição deve ser considerada em um projeto norteador, que tenha objetivo, prazo, metas e metodologia para gerar trabalho e renda à população.
A permanecer esse lapso, a falta de um projeto sólido, o cidadão iguaçuense precisará seguir convivendo com a incômoda situação de ver nos anúncios de emprego da prefeitura vagas sendo oferecidas para trabalho em outras cidades, fora de Foz do Iguaçu. E nesses casos, o transporte desgasta tanto ou mais o trabalhador do que a própria jornada laboral.
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