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Deslizam pelo noticiário a disputa jurídica por área dentro do Parque Nacional do Iguaçu e a alegada ligação da região com o terrorismo, acrescida de proposta para a instalação de uma base militar estrangeira. As temáticas impactam profundamente Foz do Iguaçu e a região das Três Fronteiras.
A Justiça Federal, em decisão que pode ser revertida, concede domínio de um pedaço do Parque ao Paraná. Trata-se de um “filé” do ponto de vista financeiro, ambiental e turístico: mais de mil hectares onde estão as Cataratas do Iguaçu e um hotel luxuoso, que, no passado, pertenciam a Jesús Val.
O estado projeta dividendos e comemora a decisão pelo seu viés econômico. “Uma das possibilidades é a destinação de parte das receitas operacionais da concessionária que administra os serviços turísticos do Parque Nacional do Iguaçu para o estado”, expressou via órgão oficial.
O Parque, que irá recorrer, vê na decisão judicial um revés para o sistema de uso público e conservação da unidade. “O imbróglio jurídico poderia provocar o fechamento por anos, impactando toda a cadeia produtiva do turismo em Foz do Iguaçu e região”, expôs em nota ao H2FOZ.
A geografia da fronteira também foi envolvida em outro palco de disputa, o da resenha política. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) resgatou — sem provas, como todos os atores que requentam o assunto — a insinuação de que existem núcleos de terroristas na fronteira.
Foi além. Disse que entregaria o terreno fronteiriço aos Estados Unidos para a instalação de uma base militar. Essa medida só poderia ocorrer se o agente político fosse candidato na próxima eleição e vencesse a presidência.
O estrago de declarações como essa costuma ser imediato. Foz do Iguaçu abriga a segunda maior comunidade árabe do país, que, ao longo de mais de sete décadas, contribuiu para o desenvolvimento da cidade. Para o turismo, o prejuízo é à imagem de um destino que capitaliza a vida em harmonia entre povos de 95 nacionalidades.
Quem pauta e demanda tais assuntos sobre Foz do Iguaçu e a fronteira? Quais vozes da cidade são ouvidas para defender os interesses da região? Quintal de casa, para o morador que aqui vive e produz, parece ser apenas um slogan de marketing e rede social.