Câmara lava as mãos em novo escândalo com assessor e vereador

Escândalos envolvendo assessores e vereadores em Foz do Iguaçu parecem notícias repetidas. Os primeiros são nomeados com remuneração mensal de R$ 11,1 mil, paga pelo morador, para dar assistência ao edil, o qual deve ser o promotor e o defensor dos interesses do iguaçuense na Câmara e junto à prefeitura.

Quando o assunto são as indicações políticas sem concurso público, a nova legislatura demonstra que não faz cessar erros da anterior. A mesa diretora da Câmara arquivou representação que visava a responsabilizar dois vereadores – o que indicou e o que nomeou assessor acusado de usar certificado falso – e enterrou um processo disciplinar.

Cada vereador indica quatro assistentes para o mandato. Sobram dúvidas se o parlamentar não conhece a fundo a formação, a ética, as capacidades e as habilidades técnicas e profissionais do indicado para o cargo em uma estrutura pública que lida com leis, contratos, fiscalização, projetos e, o mais importante, mantém relação direta com o morador.

Assessor do vereador Cabo Cassol (PL) pediu exoneração do cargo após a repercussão do caso e o pedido da promotoria para vê-lo fora do quadro da Câmara. A sua defesa diz que ele não cometeu crime, que teria sido vítima de um centro de ensino on-line de outro estado, no qual teria cursado o ensino médio, mas a empresa não possuiria habilitação para o curso. 

A Polícia Civil em Foz do Iguaçu instaurou inquérito e fez as contas. Ex-servidor do Legislativo recebeu mais de meio milhão – R$ 521,9 mil – em remuneração desde 2021. A apuração sugere que ele teria apresentado “documentos falsificados em três ocasiões distintas”, conforme expôs a instituição policial.

São vários os casos que perpassam legislaturas da Câmara de Foz do Iguaçu envolvendo assessor irregular, indicação de parente ou prática de “rachadinha”, em que o vereador abocanha parte do salário do nomeado. Isso acontece porque não são suficientes os critérios para nomeação, os quais precisam ser revisados pelo bem da transparência e da eficiência.

Não se encontra em cada esquina empresa disposta a pagar mais de R$ 11 mil a um funcionário com nível médio de ensino. Somados, os 60 assessores parlamentares custam mais de R$ 660 mil só em salário, mês a mês, o que representa uma folha de pagamento incisiva. O mínimo é que haja pré-requisitos e controle para evitar apropriação de salários, favorecimento de parentes e fraudes.

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1 comentário
  1. Ingrid Diz

    E essa conta quem vai pagar? Adivinha ??? Por isso não tem dinheiro pra pagar melhor os profissionais que realmente trabalham nesse país. Isso é uma vergonha !!!

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