Legislativo atuante, fiscalizador e independente reflete em políticas públicas eficazes e recursos do erário mais bem aplicados. Ao escolher a atual legislatura de vereadores, o eleitor de Foz do Iguaçu despachou onze que buscavam a reeleição, mantendo quatro no cargo.
A renovação elevada na Casa de Leis, em 2024, como igualmente ocorrera no pleito de quatro anos antes, por si só, canaliza a atenção e o olhar do morador para a atuação dos quinze edis iguaçuenses hoje na função. Que esperar?
Um mês de vereança não autoriza avaliações. No entanto, há movimentos que convocam para o acompanhamento próximo dos edis, notadamente no expediente que traduz a relação política entre o Legislativo e a prefeitura.
No primeiro teste, a Câmara de Vereadores foi ao voto com irremovível convicção – apenas dois votos contrários – para aprovar o projeto que sustenta 276 cargos políticos, os CCs da prefeitura. A matéria, a César o que é de César, chegou à Travessa Oscar Muxfeldt sob a assinatura do prefeito Joaquim Silva e Luna (PL), seu autor.
Ao cálculo: o contribuinte passará a arcar com a dobra do salário de diretores, de R$ 6,4 mil para R$ 12,8 mil, e entregará 60% a mais no soldo de assessores palacianos. O impacto aos cofres públicos será a despesa nova de R$ 12,1 milhões neste ano, numerário crescente em 2026 e 2027.
A aprovação do projeto pela absoluta maioria dos vereadores, sem maiores questionamentos, simbolizou o primeiro sim à gestão de Silva e Luna. E cravou uma fenda no discurso de austeridade da nova leva de agentes públicos em Foz do Iguaçu.
E janeiro não terminou sem denúncia. Representação contra Paulo Debrito e Cabo Cassol, do PL, acusa nomeação irregular de um assessor parlamentar. Cassol teria feito a indicação, na legislatura anterior, e o atual presidente da Câmara, Debrito, manteve-o no cargo.
A instituição afirma que, tão logo a área técnica identificou possíveis indícios de irregularidades, abriu procedimentos internos legais para a apuração dos fatos. O processo administrativo foi instaurado em 15 de janeiro, expôs.
Há outros sinais, como quem já pulou de galho, acompanhando o ditame “rei morto, rei posto”, e quem se apressa em pleitear uma combatividade nunca vista na gestão do ex-prefeito Chico Brasileiro (PSD). Se autonomia e compromisso com o eleitor são indispensáveis para o bom exercício da vereança, coerência é um valor recomendável.