Preço da gasolina baixa R$ 0,40 por litro nas distribuidoras

Na direção de “abrasileirar” o custo dos combustíveis, Petrobras anunciou mudanças na política de formação de preços.

A Petrobras reduziu os preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha (GLP) para as distribuidoras. Os novos valores entrarão em vigor nesta quarta-feira, 17.

A redução acontece após o anúncio de mudanças na política de preços. A empresa deixa de aplicar a paridade de preços da gasolina e do diesel com o mercado internacional, que vigorava desde 2016.

Na campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia se comprometido em “abrasileirar” o preço dos combustíveis. A afirmação fazia referência à contrariedade com a paridade.

O termo foi resgatado pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ao falar à imprensa. Ele disse que a companhia “recupera sua liberdade de estabelecer preços”, levando em conta fatores internos.

Com os novos preços às distribuidoras, os valores serão:

Gasolina A (sem misturas): redução é de R$ 0,40 por litro. Com a mistura obrigatória de 27% de etanol, o preço médio ao consumidor pode sair de R$ 5,49 para R$ 5,20 por litro.

Diesel: queda de R$ 0,44 por litro. Com a mistura obrigatória de 12% de biodiesel, a estimativa é de que o preço médio ao consumidor na bomba passe R$ 5,57 para R$ 5,18 por litro.

Gás de cozinha: redução de R$ 0,69 por quilo no preço médio. Previsão é que o botijão de GLP de 13 quilos saia a R$ 99,87. O preço médio no país não fica abaixo de R$ 100 desde outubro de 2021.

O valor cobrado ao consumidor final no posto depende de outros fatores, além do valor praticado nas refinarias. Incidem no custo impostos, mistura de biocombustíveis e lucro dos revendedores.

A redução visa a manter a “competitividade dos preços da companhia”, expôs a Petrobras.  E que busca “evitar o repasse da volatilidade do mercado internacional e da taxa de câmbio” na composição dos preços.

Fim da paridade

A estratégia comercial para definição de preços de diesel e gasolina nas refinarias foi definida pela Diretoria Executiva da Petrobras. Para as novas práticas, conforme a empresa, são usadas referências de mercado:

  • custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação; e
  • valor marginal para a Petrobras.

“O custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento”, ressaltou. Inclui fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos.

O valor marginal é “baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia”. São incluídos, por exemplo, produção, importação e exportação do produto utilizado no refino.

A empresa afirmou que ganhará em eficiência competitiva e flexibilidade para ganhar mercados. “Vamos continuar seguindo as referências de mercado, sem abdicar das vantagens competitivas”, disse  Jean Paul Prates.

Pelos postos

O presidente do Núcleo Postos, Fernando Roca, ponderou que a mudança funcionará como se o governo estivesse subsidiando os preços. Para isso, deverá usar usar recursos da Petrobras para a formação dos preços, quando for necessário.

“A tendência é de que, em um primeiro momento, haja uma estabilização dos preços no aguardo de uma maior clareza dos rumos recém anunciados”, analisou. O Núcleo de Postos é um núcleo setorial que reúne 90 revendedores.

Lucros

A Petrobas também apresentou os resultados financeiros do 1.º trimestre de 2023, com lucro líquido de R$ 38,2 bilhões. A empresa também aprovou novo valor de remuneração ao acionista referente aos resultados.

O montante é de R$ 1,89 por ação ordinária e preferencial, de acordo com política de remuneração aos acionistas, sendo 36,61% para o Grupo de Controle. “Portanto, do total aprovado, R$ 9 bilhões serão destinados à União, acionista majoritário da companhia”, ressaltou.

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