O consórcio com o Grupo Pátria à frente venceu o Lote 1 das novas concessões das rodovias do Paraná, ofertando desconto de 18,25% na tarifa por quilômetro rodado. O leilão foi realizado na tarde desta sexta-feira, 25, na Bolsa de Valores de São Paulo.
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Conforme o governo estadual, os valores por quilômetro rodado representam 65% a menos do que a tarifa do extinto Anel de Integração. A nova empresa deverá assumir no começo de 2024, e o contrato com o poder público será de 30 anos.
O primeiro lote de estradas federais estaduais levado à administração da iniciativa privada ocorre quase dois anos após o término do “antigo pedágio”. São 473 quilômetros de rodovias entre Curitiba, região metropolitana, Centro-Sul e Campos Gerais do Paraná.
A previsão de investimentos é de R$ 7,9 bilhões em obras de melhorias e manutenção, em trechos das seguintes vias: BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427. O edital prevê 344 quilômetros a serem duplicados e 210 quilômetros de faixas adicionais (terceiras faixas).
Também deverão ocorrer as seguintes melhorias nessas rodovias:
- 44 quilômetros de novos acostamentos;
- 31 quilômetros de novas vias marginais;
- 27 quilômetros de ciclovias; e
- 86 viadutos, trincheiras e passarelas.
Estradas do Paraná
O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) e o ministro dos Transportes, Renan Filho, participaram do certame. O gestor estadual afirmou que a concessão é o começou de uma modelagem mais segura e inovadora.
“Com um contrato muito mais moderno, preços justos e um grande pacote de obras”, disse. Na sua avaliação, as concessões de estradas permitirão “posicionar o estado como um grande hub logístico da América do Sul”, enfatizou Ratinho Junior.
Já Renan Filho frisou que o novo contrato terá preços de pedágio menores, com tarifa para pista simples e dupla. “Com o detalhe que a concessionária só poderá cobrar o valor de pista dupla após concluir a duplicação do trecho em questão.”
Para ele, outra inovação da modelagem diz respeito aos usuários frequentes. Esses condutores terão valores menores de tarifa, de acordo com a passagem pelas praças, apontou o ministro. Os seis lotes de rodovias no Paraná deverão mobiliar R$ 50 bilhões em recursos.
“A partir de agora, teremos diversos outros leilões. Isso porque entendemos, conforme diretriz da gestão do presidente Lula, que o fundamental para melhorar a infraestrutura é somar esforços”, expôs Renan Filho. Isso inclui ampliação de recursos públicos e atração de capital privado, pontuou.
Pedágio
Crítico da modelagem, o deputado estadual Arilson Chiorato (PT) considera que o preço será alto. O parlamentar paranaense presidiu a Frente Parlamentar do Pedágio, que vigorou até o ano passado, realizando audiências públicas nas principais cidades.
“Pedágio ainda será caro no Paraná por 35 anos. Apenas duas empresas participaram do Leilão Lote 1, desconto só de 0,25% acima do limite de aporte: 18,25%”, manifestou-se nas redes sociais. “Isso porquê a Frente Parlamentar lutou, fez a curva de aporte sair do 1% do Ratinho/Bolsonaro chegar a 18% com apoio do Governo Lula”, apontou.
Antigo problema
O “antigo pedágio” cravou uma marca negativa nos usuários das rodovias do Paraná, depois de 24 anos, até a sua extinção em 2021. Obras não realizadas, corrupção e uma das tarifas mais caras do país pesaram sobre motoristas e o setor produtivo.
Houve tentativas de prorrogação, sem sucesso. O governo estadual tentou correr contra o tempo para fazer o leilão ao término das antigas concessões, mas esbarrou na modelagem proposta inicialmente. O novo modelo não terá o pedágio abaixo de R$ 5 prometido em palanque da última eleição presidencial, proposta que se baseava na vizinha Santa Catarina.
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