Lideranças de municípios da regional de Foz do Iguaçu levantaram-se pela redução do preço do pedágio nas rodovias paranaenses, em audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa neste sábado, 6. A causa uniu todos os participantes contra o modelo de outorga do pedágio apresentado pelos governos federal e estadual para a concessão das rodovias no Paraná.
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Representantes das principais atividades econômicas (com destaque para turismo, logística, agricultura, comércio e prestação de serviços) uniram-se aos prefeitos e vereadores da região, bem como dirigentes de diversas entidades, pela preservação de vidas nas rodovias, para debater o tema com deputados estaduais da Frente Parlamentar sobre o Pedágio.
Cerca de 200 pessoas participaram do encontro – realizado no formato híbrido (presencial e on-line) – transmitido pelos canais do Legislativo. Cerca de 20 pessoas fizeram uso da palavra, todas contrárias ao modelo apresentado pelos governos estadual e federal. A transmissão passou de 12 mil visualizações nas redes sociais (considerando apenas a exibição em tempo real). A mesa também respondeu a perguntas da plateia in loco e on-line.
Redução já – Presidente da Frente Parlamentar sobre o Pedágio, o deputado estadual Arilson Maroldi Chiorato (PT) afirmou que é preciso “contar a verdade, que a tarifa vai aumentar e que o estado terá mais 15 praças”. Seu colega na Alep, Luiz Claudio Romanelli (PSB), após fazer a apresentação técnica, disse que a tarifa é justa e barata nos estados que adotaram concessão por menor preço e sem outorga, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento, Rainer Zielasko, defendeu um pedágio mais justo e que caiba no bolso dos empresários. “Queremos isonomia, competitividade, como acontece com os demais estados. Defendemos modelo sem outorga, menor tarifa inicial e menor degrau tarifário de reajuste das tarifas após a duplicação das rodovias”, ressaltou o dirigente do POD, que inclui mais de cem de entidades.
Os pronunciamentos feitos na tribuna elevaram o tom da crítica. Para o presidente da ACIFI, Faisal Ismail, a outorga onerosa é prejudicial ao setor produtivo e empresarial da região de todo o estado. “Somos contra altos custos por mais 30 anos. Queremos redução permanente em pelo menos 50% da tarifa para compensar a injustiça das últimas décadas”, salientou.
Preocupação também apresentada pelo presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Foz do Iguaçu, Neuso Rafagnin. “Vejo que aqui todos são contra o pedágio. Com todo o respeito a vocês, parlamentares, não deixem o governador aceitar o que todo mundo aceitou no passado e estamos pagando até hoje. A nossa região depende, e muito, do turismo rodoviário”, frisou.
O delegado da regional da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná, Flavio Back, mencionou que o “pedágio inviabiliza a atividade do pequeno produtor, que gasta mais com pedágio do que com combustível. É um desrespeito com a região e o setor produtivo. O dinheiro que vai para o pedágio poderia estar circulando no comércio e desenvolvendo a região. Por causa do pedágio não temos isso”.
Representante do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Gilberto dos Santos, foi taxativo ao denunciar que o modelo híbrido é prejudicial e nefasto à população paranaense porque é sinônimo de mais mortes nas rodovias paranaenses. “Precisamos de segurança nas vias. É hora de celebrar vidas e responsabilidade social das concessionárias”, enfatizou.
Próximas – A série de audiências da Alep começou em Cascavel (5/2) e segue em outras cidades do estado: Londrina (11/2), Cornélio Procópio (12/2), Guarapuava (18/2), Francisco Beltrão (19/2), Maringá (25/2), Apucarana (26/2), Curitiba (4/3) e Ponta Grossa (5/3). Já a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) promoverá audiência nos dias 24 e 25 de fevereiro.
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