A diretoria brasileira de Itaipu está desenvolvendo, em parceria com a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto Neotropical e cooperativa Copacol, um estudo inédito no Brasil, a respeito da produção de tilápias em tanques-redes no lago de Itaipu.
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De acordo com a binacional, a pesquisa teve início em 2017 e está dividida em três fases, com previsão de conclusão em 2024. Os resultados preliminares das duas primeiras etapas, contudo, indicam baixo impacto na qualidade da água, uma das preocupações iniciais levantadas pelos pesquisadores.
Na manhã dessa quinta-feira (17), a equipe do projeto fez a retirada de cerca de vinte toneladas de peixes criados no braço Ocoí do lago de Itaipu, em São Miguel do Iguaçu. A produção foi levada para uma usina da Copacol no município de Nova Aurora, para posterior distribuição gratuita a escolas, entidades e comunidades indígenas.
A unidade de pesquisa tem 29 tanques-redes, sendo vinte de 25 metros cúbicos (m³) e nove de 7m³. Para fazer a retirada dos peixes, são utilizados puçás e até um guindaste, que leva os exemplares para dois caminhões. Todo o trabalho leva cerca de seis horas. A retirada de ontem foi a terceira, com previsão de uma quarta em abril de 2024.
Na primeira fase, de 2017 a 2021, foi analisada a qualidade da água antes do cultivo. Entre 2021 e 2024, estão sendo avaliadas as possíveis alterações ambientais com a presença dos tanques-redes. Finalmente, na terceira fase, em 2024 (com a possibilidade de ser ampliada até 2025), será pesquisada a água após a paralisação da produção.
“Os resultados preliminares desta segunda fase mostram que não houve um grande impacto do sistema produtivo na qualidade da água. As concentrações de nitrogênio, fósforo ou matéria orgânica ficaram dentro do estabelecido pela Resolução do Conama”, afirmou o engenheiro de pesca Rinaldo Ribeiro, da Unesp-Registro (SP).
O monitoramento, segundo Itaipu, utiliza ferramentas como duas estações automáticas e uma sonda multiparâmetro. “As sondas permitem o envio de informações remotas para o nosso escritório, de hora em hora, fazendo a análise de metro em metro na coluna d’água”, explicou o engenheiro agrônomo da Divisão de Reservatório de Itaipu, André Watanabe.
A intenção é avaliar a viabilidade da produção de tilápia em grande escala no lago de Itaipu, como forma de aumentar a renda dos trabalhadores e ampliar oportunidades de negócios. De origem africana, a espécie é uma das mais procuradas pelo consumidor brasileiro, havendo ainda grande potencial para crescimento no mercado.
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