Empresários estão de olho na experiência das duty frees em Foz

Secretário municipal prevê que, dentro de três anos, Foz do Iguaçu poderá contar com 46 duty frees. Hoje, são duas.

Por enquanto, Foz do Iguaçu só tem duas lojas francas em funcionamento, ambas em shoppings: a Cellshop (Shopping Catuaí Palladium) e a Liberty Duty Free (Cataratas JL).

Mas este número pode se multiplicar. Primeiro, dobrar: já há mais duas lojas francas autorizadas a funcionar.

Porém, se depender do interesse de empresários, dentro de três anos elas podem chegar a 46, estima o secretário municipal de Transparência e Governança, José Elias Castro Gomes.

Ele conta que mais de 100 investidores já procuraram a Prefeitura para buscar informações sobre a instalação dessas lojas.

NÃO É FÁCIL

Vale lembrar, no entanto, que o processo de abertura da loja, cumprindo todos os protocolos, pode ser muito demorado.

Tanto assim que a Duty Free Americas, na Avenida Brasil, até hoje está de portas fechadas, embora estivesse autorizada a funcionar desde meados de 2020.

Também, pra ser realista, cumpre dizer que a previsão era que Foz do Iguaçu fecharia 2020 com seis lojas.

E terminou com apenas uma, a Liberty Duty Free. Em 2021 é que veio a Cellshop.

Quanto às outras, ficaram nos sonhos. Seriam duas só no aeroporto de Foz do Iguaçu.

Ninguém da Duty Free Americas até hoje explicou o que deu errado. Foto Marcos Labanca

LABORATÓRIO IDEAL

De qualquer forma, é fácil explicar o motivo do interesse por Foz do Iguaçu.

Aqui, já o suficiente para atrair tanto investidores quanto consumidores desse gênero de atividade.

Desde o aeroporto, agora com capacidade ampliada, aos atrativos, como as Cataratas, a usina de Itaipu, o Marco das 3 Fronteiras e outros empreendimentos privados que encantam os turistas.

Luciano Barros, presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras, destaca isso.

E mais: “Foz tem se configurado como um grande laboratório do local ideal para a implantação de lojas francas”.

Barros lembra do primeiro efeito positivo das duas duty free já instaladas: elas já geram cerca de 200 empregos e contribuem para aumento da renda, arrecadação de impostos e formalização do mercado de trabalho.

Na quarta-feira (23), pela manhã, representantes de diversos setores participaram de uma reunião (foto abaixo) para alinhar estratégias para impulsionar a vinda de mais lojas francas.

Além de Luciano Barros e do secretário José Elias Castro Gomes, participaram Elizangela De Paula Kuhn (De Paula Contadores Associados), o delegado da Receita Federal Paulo Bini e os auditores fiscais Hipólito Caplan e Ivair Luis Hoffmann, além dos empresários Fernando Xavier (Liberty Duty Free) e Jorbel Jacson Griebeler (Cellshop).

BAIXOS IMPOSTOS

As lojas francas (ou duty free ou free shops) são consideradas pelo Idesf uma das formas de impulsionar o desenvolvimento econômico e social das 33 cidades-gêmeas das fronteiras do Brasil.

A maioria dessas cidades – e Foz do Iguaçu não escapa – tem indicadores econômicos e sociais piores do que cidades do mesmo porte em áreas fora da fronteira.

Na loja franca, produtos importados ou desnacionalizados podem ser vendidos com carga tributária quase zero.

E é menor ainda a carga de impostos para produtos nacionais. Uma fábrica da Serra Gaúcha, por exemplo, vende produtos numa free shop de Uruguaiana.

No caso de Foz do Iguaçu, que já atrai visitantes para compras em Ciudad del Este, a expectativa é que o governo amplie a cota de compra nessas lojas de US$ 300 para US$ 500.

Este é o valor permitido para compras no Paraguai e na Argentina (que, como todo mundo sabe, está fechada desde o início da pandemia).

RIO GRANDE LIDERA

A maioria das free shops está instalada no Rio Grande do Sul, Estado que também tem o maior número de cidades-gêmeas com a Argentina – 11 das 33 do País.

Ali ficam nada menos que 11 das 13 lojas francas em funcionamento (as outras duas estão aqui).

No Paraná, são quatro cidades-gêmeas: além de Foz, Guaíra, Barracão e Santo Antônio do Sudoeste. Mas só Foz, até agora, atraiu este tipo de empreendimento.

Provavelmente, isso se deve à pandemia, que paralisou ou reduziu muito as viagens turísticas Brasil afora e minou o interesse em investir.

Isso deve mudar. Pelo menos é a torcida generalizada. Precisamos de investimentos e empregos.

Fonte principal: Agência Municipal de Notícias

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