É uma chateação sem tamanho, mas compensa, principalmente pra quem trabalha com aplicativos ou táxis.
Com o último reajuste, o preço da gasolina em Foz do Iguaçu oscila entre R$ 6,12 e R$ 6,84, segundo o site precodoscombustiveis.com.br.
Na Argentina, o preço do litro gira em torno de R$ 3,00 a R$ 3,50, dependendo do posto. Que compensa abastecer lá, é mais do que óbvio.
Mas, e com a quota de 15 litros por veículo, fixada a partir de ontem, quarta-feira (15)? Para o consumidor comum, economizar uns R$ 40,00 pra ficar uma hora na fila, por exemplo, parece razoável.
Mas, se quiser economizar quase R$ 150 pra encher o tanque, aí terá que entrar várias vezes na fila. É esta a regra que, na prática, está valendo: 15 litros por vez na fila do mesmo posto ou em outro.
Pra quem trabalha com aplicativos, vale até perder quase o dia todo na fila. A economia vai compensar perder alguns clientes no dia, que depois serão atendidos com combustível mais barato – e lucro maior pro motorista.
QUOTAS PARA POSTOS
Sem a separação em filas nos postos – uma de brasileiros e paraguaios, outra exclusiva para argentinos – e sem as quotas para estrangeiros, o risco é de faltar gasolina nos postos de combustíveis da fronteira argentina. Isso já aconteceu em Puerto Iguazú e em Bernardo Irigoyen, fronteira com Dionísio Cerquera/Barracão.
O problema é provocado pelas quotas fixadas pelas distribuidoras de combustíveis, por determinação do governo nacional argentino. Como os preços estão congelados, a intenção é que o consumo seja mantido em patamares sustentáveis, por isso os postos são obrigados a se contentar com o que recebem.
Mas o governador de Misiones, Oscar Herrera Ahuad, já pediu ao governo argentino que elimine o sistema de quotas aos postos de combustíveis da província.
“É preciso que seja como era antes, de ter o volume (de combustível) de acordo com a oferta e a demanda”, disse o governador.
Ele lembrou que, quando a demanda é maior que a procura, a tendência é que os preços subam, “por isso (as quotas) são um sistema arbitrário”, como disse ao portal El Territorio.
EM OUTROS ANOS
O Primera Edición citou o presidente da Câmara de Postos de Serviços e Afins do Nordeste Argentino, Faruk Jalaf, que em entrevista à FM 89.3 Santa María de las Misiones, lembrou que a situação atual já tem precedentes.
“Isto nós já vivemos em 2001, 2003 e 2008. Já nos ocorreu o mesmo que começa a acontecer agora, quando temos uma moeda muito desvalorizada, então aos estrangeiros convém abastecer de nosso lado”.
Faruk considera que as quotas de venda de combustíveis para estrangeiros, embora já definidas, “são decisões pessoais do proprietário do posto, porque aquele que tem combustível vai querer vender”.
É uma decisão difícil, segundo o representante dos postos, porque eles já vêm sofrendo há vários meses sem chegar ao valor mínimo “para cobrir os gastos de um posto com preços congelados”.
E os gastos podem aumentar. Os frentistas já estão reclamando do excesso de trabalho e pedem a contratação de mais gente para atender os novos clientes.
OUTROS PRODUTOS
Bem, abastecer o carro é só uma das vantagens que se encontra do outro lado. Depois de vencer a burocracia pra entrar no país, há muitos produtos que os brasileiros apreciam, a preços bem mais baixos que aqui.
E não só vinho, doce de leite e alfajores, mas também produtos da cesta básica, inclusive a carne, e produtos de limpeza, cosmética e perfumaria.
Os comerciantes de Puerto Iguazú já sentem os efeitos benéficos da presença de brasileiros, principalmente, mas também de paraguaios, que estão contribuindo pra fazer com que a economia da cidade renasça, depois de um ano e sete meses quase às moscas.
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