Diversificar a economia deve ser palavra de ordem para Foz do Iguaçu crescer

O professor e sociólogo José Afonso de Oliveira analisa os desafios e caminhos para o desenvolvimento, em série especial sobre os 109 anos da cidade. Assista.

Diversificar a economia é o meio para Foz do Iguaçu crescer de forma justa e igualitária, gerando empregos qualificados e de boa remuneração para a população. Essa é a análise do professor universitário, sociólogo e articulista José Afonso de Oliveira.

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O docente abordou os desafios e caminhos para o desenvolvimento em entrevista ao programa Marco Zero sobre passado, presente e futuro de Foz do Iguaçu, que celebra 109 anos neste sábado, 10. O matemático Luiz Carlos Kossar e o jornalista Aluízio Palmar completam a série especial.

Assista à entrevista na íntegra:


A localização geográfica que coloca a cidade no coração da América do Sul, turismo, comércio, instituições públicas de ensino superior, cultura e Parque Nacional do Iguaçu são potencialidades. Do outro lado, os desafios para inclusão são enormes, avalia o docente.

“Diversificar a economia de Foz do Iguaçu é palavra de ordem”, enfatiza Afonso. “O que precisamos são empregos de alta qualificação, principalmente na área hoje que é a menina dos olhos do mundo, a tecnologia, com todos os setores de informática. Há campo para isso”, assegura.

Em sua análise, Foz do Iguaçu precisa aproveitar o fato de ser o que chama de “polo quente”, no centro comercial do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Reforça que, por suas características, são os serviços, que incluem turismo e hotelaria, e o comércio os grandes geradores de trabalho.

Para José Afonso de Oliveira, o número de dois milhões de visitantes que a cidade recebeu no período pré-pandemia é pouco considerando os atrativos que possui, sendo necessário qualificar o turismo. “Esse setor tem que crescer, trazer visitantes o ano inteiro, não apenas em períodos de pico ou feriados”, avalia.

Cidade tem de ser para todos

Na área social, considera uma “realidade calamitosa” a prevalência de dezenas de favelas ou ocupações irregulares, ao reivindicar projetos habitacionais. Questiona a quantidade de pessoas em situação de pobreza. “O desenvolvimento da cidade é real, mas não atinge a totalidade a população”, pontua.

José Afonso de Oliveira no Marco Zero, em série especial sobre os 109 anos de Foz do Iguaçu – foto: Alexandre Palmar


Entre outros desafios para a Foz do Iguaçu que chega aos 109 anos, o professor Afonso cita a mobilidade e a implementação de transporte coletivo de qualidade. Sobre a renda aos mais pobres, cita o bilionário Elon Musk. “É ele quem diz ser preciso um projeto de renda mínima no mundo contra a desigualdade”, pondera.

Foz, lugar para ser feliz

No Marco Zero, José Afonso de Oliveira lembrou a pluralidade étnica e cultural de Foz do Iguaçu, com maior presença dos vizinhos do Paraguai e Argentina, mas que ainda há hostilidades nesse diálogo que prejudicam a cidade. “Tem que ter um avanço para a integração local e regional, não só econômica”, pede.

O sociólogo e analista entende haver resquício de ciclos econômicos que levam algumas pessoas a “não assumirem a cidade”. Segundo ele, são necessárias ações para manter os moradores vivendo em Foz do Iguaçu. “Essa é a ideia, que a gente sinta-se feliz aqui e nada mais. Todos, não alguns”, finaliza o professor Afonso.

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