Para o consumidor final, preço deve subir pelo menos R$ 0,22, pela mistura obrigatória de biodiesel.
O custo do diesel às distribuidoras sofrerá novo aumento a partir desta quarta-feira, 29, passando dos atuais R$ 2,81 para R$ 3,06 o litro, reajuste médio de R$ 0,25 por litro. A informação é da Petrobras, que noticiou aplicar o aumento depois de 85 dias sem alteração no preço desse combustível.
Com efeito, somente a parcela da empresa no preço praticado nas bombas, ou seja, o valor a mais cobrado dos consumidores, será de R$ 0,22. Isso porque é obrigatória a mistura de 12% de biodiesel e 88% de diesel A para a composição do produto comercializado nos postos de combustíveis.
Segundo a companhia, a Petrobras vinha evitando o repasse aos preços “internos devido à volatilidade externa causada por eventos conjunturais”, informou em comunicado à imprensa. “Esse ajuste é importante para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento”, afirmou a nota.
Conforme a empresa, o novo reajuste, que já havia sido cogitado no começo desta semana, “reflete parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e da taxa de câmbio”. O último aumento do diesel foi no mês de julho.
Segundo a Petrobras, os componentes do preço do diesel cobrado na bomba são os seguintes:
- realização da Petrobras: 52,1%
- ICMS: 16%
- custo do biodiesel: 13,9%
- distribuição e revenda: 11,1%
- CIDE, PIS/Pasep e Cofins: 6,9%
Nessa segunda-feira (27), o presidente da companhia, Joaquim Silva e Luna, veio a público informar sobre o percentual da Petrobras na composição dos preços dos combustíveis. Em relação ao diesel, confirmou que a empresa fica com 52%, sendo os outros 48% vinculados aos demais fatores de mercado.
Silva e Luna também disse que não haverá mudança na política de preços. “Continuamos trabalhando da forma como sempre. A maneira que a Petrobras acompanha o preço da paridade internacional do [petróleo tipo] Brent, as mudanças em relação ao câmbio, a análise permanente para ver se isso são [fatores] conjunturais ou estruturais, essa mudança não existe”, declarou.
Há pouco mais de uma semana, governadores de 20 estados emitiram uma nota conjunta em que afirmaram que o aumento do preço dos combustíveis é uma questão nacional. Usaram como exemplo o preço da gasolina, que foi reajustado em 40% nos últimos 12 meses, sem que tenha ocorrido acréscimo do percentual do imposto estadual.
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