Depois de sair da UTI econômica, Puerto Iguazú já está em recuperação

Cerca de 80% dos negócios da cidade argentina de fronteira reabriram, com a volta do turismo.

Cerca de 80% dos negócios da cidade argentina de fronteira reabriram, com a volta do turismo.

Até o final do ano, a cidade de Puerto Iguazú estará recuperada da pior crise econômica de sua história, provocada pelas medidas de controle da pandemia de covid-19.

O panorama no ano passado era “desesperador”, diz o portal El Territorio: mais de 250 lojas fechadas, não mais do que 400 visitantes por fim de semana – quota de admissão de turistas da província de Misiones -, e hotéis operando com 20% a 25% da capacidade.

Agora, 80% das lojas reabriram, os hotéis que continuaram operando (vários fecharam) recebem turistas de todo o país e até do exterior, os restaurantes funcionam normalmente e as Cataratas do Iguaçu registram um ingresso diário, em média, de 2.800 visitantes.

Embora os números ainda sejam bem inferiores aos de 2019, antes da pandemia, o presidente do Iturem (Iguazú Turismo Ente Municipal), Leopoldo Lucas, disse ao El Territorio que 90% dos hotéis estão em operação, com ocupação que chega a 75% dos leitos, e o fluxo de turistas deve aumentar ainda mais com a volta dos voos ao aeroporto da cidade.

O presidente da Câmara de Comércio de Puerto Iguazú, Joaquín Barreto, também vê com otimismo o futuro da cidade, onde 80% das lojas reabriram e já se registra a abertura de novos negócios, inclusive de franquias nacionais.

“Acreditamos que, no passo em que vamos, ao terminar o primeiro semestre de 2022 já estaremos trabalhando como em 2019, antes da pandemia. E no final de 2022 poderemos estar ainda melhor, levando em conta a diferença cambial e os programas Ahora (incentivos do governo) que beneficiam o consumo”, disse Barreto ao portal.

PREÇOS BAIXOS

Tanto em Puerto Iguazú como em outras cidades argentinas de fronteira, os preços são atrativos para os brasileiros, que procuram produtos comestíveis em geral e de limpeza, gás de cozinha, roupas e calçados, além dos tradicionais vinho, azeite de oliva, chocolates e alfajores.

Enquanto a gasolina no lado argentino está pela metade do preço cobrado no Brasil, o botijão de gás pode ser comprado por apenas 800 pesos, ante os 4 mil cobrados no Brasil.

FRONTEIRA PARAGUAIA

A diferença cambial também favorece os paraguaios que vão fazer compras em Posadas, que faz fronteira com Encarnación.

Antes do fechamento das fronteiras, eram os argentinos que invadiam as lojas paraguaias, atraídos pelos preços mais baixos.

A situação se inverteu, como destaca o portal Misiones On Line. Os paraguaios atravessam a fronteira para encher o tanque de gasolina, que também está pela metade do preço cobrado no Paraguai, e fazer compras nas lojas de Posadas, beneficiadas por programas do governo nacional e da rovíncia.

Já a diferença de preços entre os produtos eletrônicos vendidos no Paraguai e na Argentina diminuiu tanto que quase não há mais procura por parte dos argentinos. Além de preços quase semelhantes, o argentino pode pagar em até 30 prestações, o que liquidou “as vantagens históricas” de comprar no Paraguai, como diz o portal.

“A Argentina está barata”, conclui o Misiones On Line.

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