Contrato para 4º ramal da Nova Ferroeste é assinado entre Paraná e Ministério da Infraestrutura

Termo referente ao trecho Cascavel–Foz do Iguaçu já foi firmado; ferrovia pretende conectar o transporte por trilhos do Paraná ao Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraguai.

Termo referente ao trecho Cascavel–Foz do Iguaçu já foi firmado; ferrovia pretende conectar o transporte por trilhos do Paraná ao Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraguai.

O estado e a União assinaram nesta semana o quarto contrato da Nova Ferroeste, com a autorização para o ramal entre Guarapuava e Paranaguá. São 405 quilômetros, incluindo a construção de uma nova descida na Serra da Esperança e na Serra do Mar, considerada um dos grandes gargalos do transporte ferroviário no Paraná.

Leia também: Ramal da Nova Ferroeste até Foz do Iguaçu recebe autorização do Ministério da Infraestrutura

Os três termos anteriores, firmados no começo do mês, garantem a autorização do Ministério da Infraestrutura para os ramais Cascavel–Foz do Iguaçu, Maracaju–Dourados e Cascavel–Chapecó. Os quatro trechos aprovados serão responsáveis por ligar o transporte de cargas do Paraná ao Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraguai.

Segundo o Governo do Estado, o projeto do trecho da Serra do Mar da Nova Ferroeste é que ele seja construído em pista dupla para o tráfego de locomotivas nos dois sentidos ao mesmo tempo, agilizando o transporte. “Esse quarto ramal é essencial para escoar essa riqueza trazida das regiões produtoras, como o Mato Grosso do Sul, Paraguai, Santa Catarina e Paraná”, explica o coordenador do Plano Estadual Ferroviário, Luiz Henrique Fagundes.

Trilhos até a fronteira

A ligação da Ferroeste com Foz do Iguaçu possibilitará o fluxo de cargas do Paraguai e da Argentina com destino ao Porto de Paranaguá. Concluído o projeto, será o Corredor Oeste de Exportação e deverá movimentar cerca de 38 milhões de toneladas, tornando-se o segundo maior corredor de grãos e contêineres refrigerados, projeta a administração estadual.

“A ligação com a Tríplice Fronteira, na conexão de Cascavel com Foz do Iguaçu, vai permitir a captação de cargas do Paraguai e da Argentina, produtores de grãos que abastecem o mercado brasileiro e internacional”, enfatiza o governo. Com isso, a região trinacional e o Paraná avançam para ser uma referência logística na América do Sul.

Reivindicação histórica de organizações da sociedade civil e do setor empresarial de Foz do Iguaçu, o ramal da Ferroeste até a fronteira é tido como fundamental para o desenvolvimento da região e vital para a consolidação no novo porto seco multimodal. A região se fortalece no setor de logística, podendo abranger rodovias, ferrovias, aquavias, portos e aeroportos.

Um exemplo da importância da extensão da Nova Ferroeste à fronteira pode ser medida pela solução encontrada pelo Paraguai para driblar as recentes secas no Rio Paraná. Com a navegabilidade comprometida, o país vizinho passou a escoar, neste ano, parte de suas exportações pelo Porto Seco de Foz do Iguaçu, que antes utilizavam a logística da Argentina.

Os produtos são levados até o Porto Seco de Cascavel por transporte rodoviário, pela ausência de trilhos nesse trecho. De lá, a carga é transbordada para vagões do trem até o Porto de Paranaguá, onde é embarcada em navios com destino a vários países da Europa.

Projeto

A Nova Ferroeste prevê a ligação do Mato Grosso do Sul ao litoral do Paraná, totalizando 1,3 mil quilômetros de trilhos. O estado dispõe da concessão do trecho entre Guarapuava (PR) e Dourados (MS), a partir de um contrato para a construção da Ferroeste, cujo trecho construído e em operação fica entre Cascavel e Guarapuava.

“Para completar o novo traçado, que será executado pela iniciativa privada, o governo solicitou os quatro ramais sob o novo regime de autorização”, contextualiza a Agência Estadual de Notícias.

A Nova Ferroeste deve ir a leilão no segundo trimestre de 2022, e quem vencer vai executar a obra e explorar o trecho por 70 anos.

De acordo com o Governo do Paraná, o Estudo de Impacto Ambiental está em análise no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Sendo aprovado, abre-se o prazo de 45 dias para a convocação de audiências públicas, a serem agendadas pelo órgão regulador.

(Com informações da Agência Estadual de Notícias)

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